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NE tem metade das novas mortes por covid; total é de 44.118, diz consórcio

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

15/06/2020 18h37Atualizada em 15/06/2020 21h37

Com o acréscimo feito pelos estados de 729 novos óbitos registrados e 23.674 pacientes diagnosticados, o Brasil sobe à marca de 891.556 pessoas já infectadas pelo novo coronavírus e 44.118 mortes em decorrência da doença desde o início da pandemia. Os dados são resultado da apuração em conjunto feita por veículos de mídia do qual o UOL faz parte e têm como base informações das secretarias estaduais de Saúde.

O balanço traz índices levemente superiores aos indicados pelo Ministério da Saúde no final da tarde. Segundo a pasta, foram registradas 627 novas mortes e 20.647 casos nas últimas 24 horas, o que eleva para 43.959 mortes e 888.271 diagnósticos os números totais desde o início da pandemia. A taxa de letalidade é de 4,9% e, ainda segundo o governo federal, há 432 mil casos em acompanhamento e 412 mil pacientes curados.

A partir da atualização dos estados, é possível confirmar a tendência de concentração de mortes por covid-19 na região Nordeste do Brasil. Nas últimas 24 horas, foram 367 óbitos registrados em estados nordestinos, o equivalente a 50,3% do total de novas mortes — mais da metade, portanto.

O Nordeste se tornou a região brasileira com mais diagnósticos de covid-19 na última terça-feira (9), quando passou dos 260 mil casos. Hoje o número de casos já é de 315.936, o que representa um crescimento de 20% em apenas seis dias.

Apesar do crescimento de novas mortes no Nordeste, nos números totais ainda é o Sudeste quem mais registra mortes pela covid-19 desde o início da pandemia. Hoje a região passou das 20 mil vidas perdidas para a doença (20.063, exatamente), contabilizando cerca de 5,7 mil a mais do que o Nordeste (14.293). Em seguida aparece o Norte (8.068 mortes), o Sul (893) e o Centro-Oeste (801).

O Brasil se aproxima dos 900 mil diagnósticos de covid-19 em alta velocidade: na última quarta-feira (10) os casos oficiais eram 775.184, o que significa um aumento de 116.372 em apenas cinco dias.

A pandemia nos estados

O Ceará foi o estado brasileiro que mais registrou mortes por covid-19 nas últimas 24 horas (foram 156). Na sequência aparece Pará (90 novos óbitos) e São Paulo (73). Estado mais atingido pela pandemia, São Paulo projeta entre 15 mil e 18 mil mortes em decorrência da covid-19 até o fim de junho.

As unidades da Federação que mais contabilizaram novos diagnósticos da doença hoje foram São Paulo (3.258 novos casos), Ceará (3.020) e Goiás (2.334).

Em Goiás, aliás, o número chama a atenção. É de longe a maior alta registrada pelo estado em 24 horas. Segundo a secretaria estadual de saúde, o aumento se dá pela inclusão no sistema de dados represados da semana passada. São testes realizados no município de Rio Verde que ainda não haviam entrado no sistema.

O mesmo aconteceu em Sergipe, que registrou aumento expressivo de 1.707 casos de ontem para hoje. O estado já havia registrado mais de 1 mil novos diagnósticos entre sábado (13) e domingo (14), algo inédito nesta pandemia. Ao consórcio de imprensa, a secretaria estadual de saúde afirmou que cerca de 80% dos diagnósticos que entraram hoje nas estatísticas são resultado de testes represados, feitos há três semanas.

Veículos se unem em prol da informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos de comunicação UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.