Mandetta: Ministério da Saúde sempre foi utilizado em barganhas políticas

Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou hoje que a pasta sempre foi utilizada em "barganhas políticas". A declaração foi dada em participação no UOL Entrevista, que contou com o colunista do UOL Tales Faria.

Para o ex-ministro, a Saúde precisa ser olhada "com mais carinho" pelos governos. Mandetta citou o atual titular do Ministério, general Eduardo Pazuello, que comanda a pasta após a saída de Nelson Teich.

"Saúde é um Ministério que um dia ainda será olhado com mais carinho pelos presidentes. O momento de agora é muito triste. Temer, os governos Lula, Dilma, é muito triste. Ministro não permanece mais de um ano. É um Ministério muito utilizado para toma lá, dá cá. Passada a pandemia, a presença política de um ministro interino é para negociar cargos para recomposição de base no Congresso por parte do presidente. Saúde é utilizada em barganhas políticas e talvez esse seja mais uma vez o destino dela", declarou.

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Ao ser questionado se as trocas na Saúde terão consequências, Mandetta não teve dúvidas —após a saída do ex-ministro, a pasta foi comandada por Teich, que pediu demissão após menos de um mês no cargo. Na sequência. Pazuello tomou posse.

"Com certeza [terão consequências]. Há muitos anos, o pessoal do planejamento proíbe concurso e atrativo para que a pessoa se dedique à saúde pública no Ministério da Saúde. Temos técnicos com 30, 40 anos de Ministério, que são o que temos de melhor da época que tinham concursos. Depois, temos um número muito grande de bolsistas, que têm vínculos temporários que são renovados e acabam tendo 10, 15 anos de Ministério. A maioria dos bolsistas não tem estabilidade nenhuma. Está ali pelo que produz para o Ministério. Esses são os primeiros a sofrerem quando faz a retirada", disse Mandetta.

"Com a retirada, tem que colocar gente boa no lugar. No lugar do pessoal de 30, 40 anos, temos substituição de militares de carreira. Estou vendo perder o pessoal de maior experiência e muitos bolsistas. O tempo vai dizer", acrescentou.

Participaram desta produção Arthur Sandes, Emanuel Colombari, Gustavo Setti, Mariana Gonzalez e Diego Henrique de Carvalho