Topo

Esse conteúdo é antigo

Brasil supera 1 milhão de casos e 49 mil mortes, revela consórcio

Do UOL, em São Paulo

19/06/2020 18h59Atualizada em 20/06/2020 08h39

No dia em que passou de 1 milhão de casos registrados de covid-19, o Brasil registrou 55.209 diagnósticos e 1.221 mortes em apenas 24 horas. No total, são 1.038.568 casos e 49.090 mortes pela doença causada pelo coronavírus. Os números são do levantamento de um consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

O Ministério da Saúde, por sua vez, confirmou hoje que o Brasil alcançou 1.032.913 casos de coronavírus desde o início da pandemia, com alta recorde de 54.771 nas últimas 24 horas. O maior valor anterior tinha sido no dia 16 de junho, quando o ministério somou 34.918. O registro total de mortes é de 48.954, com aumento de 1.206 óbitos de ontem para hoje.

Este é o quarto dia consecutivo em que o número de mortes passa de 1,2 mil, algo inédito nesta pandemia. Desde terça-feira (16), foram registrados respectivamente 1.338 mortes, 1.209 mortes, 1,204 mortes e hoje, mais 1.221 mortes.

Ontem (19), o número de casos registrados acabou subnotificado por um problema no e-SUS, ferramenta ligada ao Ministério da Saúde que é utilizada para a contabilização dos dados. Na ocasião foram incluídos na conta 21.988 diagnósticos de covid-19, o que ajuda a explicar a alta de hoje.

Ao menos quatro secretarias estaduais de saúde relataram ter experienciado o problema ontem, e o Rio de Janeiro registrou a menor alta de casos em 30 dias (no caso 354) — um sinal claro de subnotificação. Hoje, o Rio passou às estatísticas 6.061 novos diagnósticos de covid-19.

Em comunicado, o Ministério da Saúde informou que ao recorde de casos hoje "se deu, em parte, devido a uma instabilidade na rotina de exportação dos dados relatados, principalmente, pelos estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo". Pelos dados federais, estes estados representaram, juntos, um incremente de 27.436 casos novos em relação ao dia anterior.

O consórcio tem como base os dados dos boletins de cada secretaria estadual de saúde, e todas divulgaram atualizações antes das 20 horas (de Brasília) de hoje.

Sudeste volta a liderar em número de diagnósticos

Pela primeira vez em dez dias, o Sudeste é a região brasileira com mais casos de covid-19 registrados (364.320), cerca de 2 mil a mais do que o Nordeste (362.242). Os estados sudestinos somaram mais de 27 mil diagnósticos de covid-19 somente nas últimas 24 horas, quase metade do total registrado em todo o Brasil. Com isso, as regiões trocaram de posição.
Também é o Sudeste a região que mais perdeu vidas para a covid-19: são 22.694 registradas, quase 7 mil a mais do que o Nordeste (15.699). Em seguida aparecem Norte (8,572); Sul (1.076), que ontem passou das 1 mil mortes pela primeira vez; e Centro-Oeste (1.049), que passou dos 1 mil óbitos hoje.
Catorze unidades da Federação registraram mais de 1 mil casos de ontem para hoje, um recorde nesta pandemia. Os mais destacados foram São Paulo (19.030 casos em 24 horas), Rio de Janeiro (6.061) e Paraíba (3.333).

Ministério da Saúde explica aumento

Em nota enviada para a imprensa, o governo destacou que há "duas formas de exportação de dados do sistema e-SUS Notifica: diretamente do aplicativo ou por meio de uma aplicação (API)".

"Este último utiliza tecnologia mais leve e é indicado para grandes volumes de dados, caso de secretarias estaduais de saúde e de grandes municípios. Ocorre que algumas unidades da federação utilizaram o aplicativo para exportação de dados, o que não é recomendado", afirmou o governo.

O Ministério da Saúde disse que já orientou as unidades a usar somente a exportação via API, que já vinha sendo utilizada pelos estados em momentos anteriores. "Em todo caso, o Departamento de Informática do SUS (Datasus) trabalha para oferecer esta mesma tecnologia (aplicativo) para os municípios que tenham um grande volume de dados".

Segundo a pasta, o encerramento da semana epidemiológica amanhã (dia 20 de junho) "permitirá avaliar com maior precisão a variação de casos novos nesta semana em relação à anterior".

Segundo o portal oficial da pasta, desde o boletim de ontem, São Paulo confirmou mais 19.030 casos, enquanto Rio de Janeiro somou aproximadamente 6 mil. A Bahia contou com alta de 2.345 diagnósticos. Paraíba foi responsável por mais de 3.300, já Ceará e Maranhão ficarão um pouco atrás: aumento de 2.590 e 2.409, respectivamente.

Segundo os dados atualizados da pasta, mais de 507 mil pessoas já se recuperaram da doença, enquanto 476.759 seguem em acompanhamento.

SP volta a fechar comércio em duas regiões

O governo de São Paulo anunciou hoje que Marília e Registro, no interior do estado, voltarão a ter restrições mais rígidas no combate à pandemia de covid-19.

As duas regiões estão com o sistema de saúde pressionado e preocupam o comitê de saúde. Com isso, as duas voltam para a fase 1 do Plano São Paulo, que só permite o funcionamento de atividades econômicas essenciais.

Segundo o governo estadual, os índices de internação em Marília e Registro aumentaram 51% e 67%, respectivamente, o que levou ao regresso das duas regiões.

OMS alerta para a aceleração do vírus

Mais de 150 mil novos casos do novo coronavírus foram reportados ontem à Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo o órgão, foi o maior número de casos em um único dia, o que motivou mais um apelo do diretor-geral Tedros Adhanom.

"A pandemia está acelerando. Mais de 150 mil casos foram reportados ontem à OMS, o número mais alto em um único dia. Quase a metade desses casos foram reportados nas Américas, e outra grande parte no sul da Ásia e no Oriente Médio", disse Tedros durante a coletiva de imprensa da OMS.

Segundo ele, "países estão ansiosos para reabrir suas economias, mas o vírus está se espalhando e ainda é mortal".

Veículos se unem em prol da informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa desde a semana passada e assim buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.