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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta sexta-feira (19)

Do UOL, em São Paulo

19/06/2020 12h45Atualizada em 19/06/2020 20h17

O Brasil registrou hoje, de acordo com números oficiais do Ministério da Saúde, uma alta recorde no número de casos de covid-19. Foram 54.771 novos diagnósticos da doença nas últimas 24 horas, confirmando que o país ultrapassou um milhão de pacientes com o novo coronavírus, conforme o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte havia revelado mais cedo (leia mais abaixo).

Agora, de acordo com o governo federal, o país tem um total de 1.032.913 casos de covid-19. O número de mortes aumentou em 1.206 hoje, mantendo a média dos últimos dias, sempre acima das 1,2 mil notificações novas de óbitos. O total de vítimas fatais do coronavírus chegou a 48.954, segundo o Ministério da Saúde.

A alta de casos para hoje era esperada, já que as secretarias estaduais de saúde relataram subnotificação na data de ontem por conta de problemas no e-SUS, ferramenta ligada ao Ministério da Saúde e utilizada para a contabilização dos dados.

Segundo o Ministério da Saúde, a instabilidade ocorreu na rotina de exportação dos dados principalmente dos estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, que, juntos, representaram 27.436 novos casos relatados hoje em relação ao dia anterior.

Já o consórcio de veículos de imprensa apontou no último levantamento uma alta de 55.209 casos, número também influenciado pelos problemas relatados pelo governo federal. O total de diagnósticos chegou a 1.038.568. A quantidade de novos óbitos registrados nas últimas 24 horas foi de 1.221 vítimas. O acumulado desde o início da pandemia, segundo o consórcio, é de 49.090.

Brasil atinge marca de um milhão de casos

O Brasil chegou hoje a um milhão de casos confirmados do novo coronavírus. E, em um país com dimensões continentais, começa-se a perceber tendências diferentes para regiões diferentes. Segundo o Ministério da Saúde, há indícios de uma estabilização da pandemia.

Levantamento da BBC mostra que 14 estados brasileiros apresentam atualmente tendência de queda no número de internações hospitalares ligadas à pandemia de covid-19. Cientistas consultados e informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicam que essa queda se deve às medidas de distanciamento social.

Por outro lado, o Distrito Federal e outras seis unidades da federação registram um aumento das hospitalizações. Segundo a Fiocruz, que analisa semanalmente esses dados, todas as regiões do país ainda se encontram na zona de risco e a flexibilização do isolamento pode elevar o número de infectados.

  • Os 14 estados com tendência de queda ou sinais dela são Amazonas, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
  • Os 5 estados com estabilização ou sinais dela são Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão e Roraima.
  • As 8 unidades federativas com tendência de alta ou sinais dela são Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe.

Atualmente, ao menos 8 Estados apresentam taxa de ocupação de leitos UTI acima de 80% em 17 de junho: Acre, Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.

Onda a pandemia avança, recua e se estabiliza no país - Cecilia Tombesi/BBC - Cecilia Tombesi/BBC
Imagem: Cecilia Tombesi/BBC

Números do Brasil

O Brasil atingiu na tarde de hoje a marca de 1.009.699 casos confirmados de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, segundo levantamento feito pelo consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte. Os dados são divulgados pelas secretarias estaduais de saúde, em que o consórcio se baseia para produzir o balanço. Além do UOL, estão no consórcio O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.

O número foi alcançado com a divulgação dos dados de São Paulo na tarde de hoje. O estado atingiu 211.658 casos confirmados de covid-19, com 12.232 vítimas fatais. O Rio de Janeiro, que não divulgou seus dados até esta publicação, era o segundo estado com mais casos confirmados (87.317). No estado, pelo menos 8.412 pessoas morreram de covid-19.

O Ministério da Saúde contabilizou 1.238 mortes e 22.765 casos de ontem para hoje. Uma nova atualização será divulgada no começo da noite.

Bolsonaro volta a criticar OMS

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a OMS (Organização Mundial de Saúde) e questionou o número de mortos em decorrência da covid-19, durante transmissão de live realizada nas redes sociais, na noite de ontem.

A OMS fica o tempo todo num vaivém: máscara protege, ou não protege; na quarentena, fica em casa, é bom, não é bom; a questão da hidroxicloroquina... 24 horas depois muda de ideia completamente. A nossa OMS está muito deixando a desejar. Fala-se tanto em foco na ciência, mas com todo o respeito: quem menos entende de ciência é a OMS"

A OMS afirmou hoje que vê a pandemia acelerando, após mais um recorde no número de casos.

"A pandemia está acelerando. Mais de 150 mil casos foram reportados ontem à OMS, o número mais alto em um único dia. Quase a metade desses casos foram reportados nas Américas, e outra grande parte no sul da Ásia e no Oriente Médio", disse Tedros durante a coletiva de imprensa da OMS.

Segundo ele, "países estão ansiosos para reabrir suas economias, mas o vírus está se espalhando e ainda é mortal".

SP fecha comércio em duas regiões; mortes são recorde

São Paulo registrou 386 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas — o recorde desde o início da pandemia é de 389 vítimas da doença, registrado na última quarta-feira. De acordo com os números apresentados hoje pelo governo paulista, o estado registra 211.658 casos oficiais.O número de casos teve 19.030 confirmações nas últimas 24 horas.

Segundo o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, o índice disparou devido à normalização do e-SUS.

O governo de São Paulo anunciou que Marília e Registro, no interior do estado, voltarão a ter restrições mais rígidas no combate à pandemia de covid-19. As duas regiões estão com o sistema de saúde pressionado e preocupam o comitê de saúde. Com isso, as duas voltam para a fase 1 do Plano São Paulo, que só permite o funcionamento de atividades econômicas essenciais.

Os índices de internação em Marília e Registro aumentaram 51% e 67%, respectivamente, o que levou ao regresso das duas regiões. Apesar disso, Doria descarta a possibilidade de colapso do sistema de saúde:

Nós estregamos até ontem nestes quatro dias — segunda, terça, quarta e quinta — 169 respiradores no interior de São Paulo. Eles garantem a ampliação dos leitos de UTI e um sistema de atendimento na rede pública estadual e municipal. São Paulo não teve colapso de saúde, não tem, e não terá colapso de saúde no atendimento. Ninguém ficou sem atendimento médico e ninguém ficará sem atendimento médico em São Paulo".

Preocupação em Minas

O governo de Minas Gerais tem visto com preocupação o aumento no número de casos e mortes causadas pelo coronavírus nos últimos dias, registrado como consequência do processo de flexibilização das medidas de isolamento social. A gestão estadual também aproveitou para criticar a forma como a reabertura do comércio tem sido feita na capital Belo Horizonte.

"O governador está preocupado, principalmente a região metropolitana", disse hoje Mateus Simões, chefe da Secretaria-Geral de Minas Gerais, em entrevista à CNN Brasil, se referindo ao governador Romeu Zema (Novo).

O secretário acrescentou que o governo estadual reavaliará a situação dos municípios da Grande BH. "Vão ser reavaliados ao logo dos próximos dias e já indicamos que deveriam voltar a funcionar apenas os serviços essenciais", afirmou Simões.

Rio: Uerj se posiciona contra flexibilização

A Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) divulgou um documento em que se posiciona contrariamente à flexibilização das medidas de isolamento social, adotadas no estado do Rio de Janeiro desde março para conter a pandemia de covid-19. Em relatório enviado ao MPRJ (Ministério Público do estado) nessa semana, a universidade recomendou a revogação do decreto que autoriza a suspensão das medidas restritivas.

O governador Wilson Witzel (PSC) publicou decreto no último dia 5 liberando a reabertura de shoppings, bares, restaurantes, igrejas, estádios e pontos turísticos. Na capital, a reabertura gradual entrou na segunda fase na quarta-feira (17), permitindo a reabertura de shoppings, além de alguns tipos de comércio de rua e atividades esportivas sem a presença de público.

Para a Comissão de Acompanhamento sobre o Coronavírus da Uerj, devem ser adotadas novas diretrizes com base em estudos científicos e ações coordenadas entre o estado e os municípios. A instituição destaca que a letalidade por covid-19 no Rio de Janeiro é a mais elevada do país, em 9,67%, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, enquanto a média nacional está em 4,9%, pelos dados do Ministério da Saúde, de acordo com os boletins divulgados ontem.

Hospital cobra teste de família carente

Um hospital municipal em Nova Mutum, em Mato Grosso, cobrou de uma família carente o valor de R$ 250 por um teste de covid-19 para um garoto de 3 anos, que pode ter contraído o vírus no próprio hospital.

Internado, menino contrai covid e hospital municipal cobra R$ 250 por teste - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Dominicke, que tem hidrocefalia, foi abandonado pela mãe biológica e passou a ser criado pela bisavó, a aposentada Ayres Carlos da Costa, 70.

Eu achei um abuso cobrar pelo exame. Uma falta de respeito com a vida de uma criança. Ele já estava internado, tinha esse direito ao exame. E se ele pegou a covid lá dentro? Me deram 11 horas pra pagar, só que pobre não tem dinheiro na mão assim.
Ayres Carlos da Costa, bisavó da criança

Médicos pressionados a usar cloroquina

Três infectologistas revelaram sofrer ataques motivados por posicionamentos políticos radicais contra os profissionais de saúde. Os médicos relataram ao "Conversa com Bial" que têm sofrido ameaças de pacientes por não receitarem cloroquina para tratar a covid-19.

Os médicos relataram que têm sofrido ameaças de pacientes por não receitarem cloroquina para tratar a covid-19.O Dr. João Assy, que está na linha de frente em Santarém, oeste do Pará, detalhou as ameaças que sua equipe têm recebido:

"Os médicos têm sofrido pressão dos pacientes dizendo que vão processá-los, como se houvesse uma obrigação legal de um médico prescrever um remédio que ele não vê evidências científicas o suficiente para fazer a prescrição".

HC cria protocolo para recém-nascidos

Diante das incertezas e falta de evidências científicas quanto à possibilidade de transmissão do novo coronavírus ao feto por mulheres grávidas diagnosticadas ou com suspeita de covid-19, é fundamental estabelecer protocolos médicos de atendimento aos recém-nascidos durante e após o parto. Esta é a proposta das recomendações elaboradas por médicos do HC-FMUSP.

Uma das coordenadoras desse trabalho é a médica pediatra Vera Lucia Jornada Krebs, do Centro Neonatal do Instituto da Criança do HC. Devido à falta de informação, foram elaboradas as recomendações "a fim de reduzir as chances de transmissão no parto, no puerpério [logo após o nascimento] e na alta hospitalar do recém-nascido", diz.

Considerando que a mãe seja positiva para covid-19 e os dias do parto estejam próximos, as precauções com relação à contaminação do recém-nascido são evitar o contato de pele com a parturiente logo após o nascimento e proteção do bebê de secreções maternas (gotículas, suor, escarros e aerossóis).

Sangue e genes podem influenciar gravidade

O tipo sanguíneo de uma pessoa e fatores genéticos podem ter ligação com a gravidade de uma infecção pelo coronavírus, de acordo com pesquisadores europeus. As descobertas, publicadas no periódico científico "The New England Journal of Medicine" ontem, levam a crer que pessoas com sangue tipo A correm um risco maior de desenvolverem sintomas mais intensos quando infectadas pelo vírus.

No auge da epidemia na Europa, pesquisadores analisaram os genes de mais de 4 mil pessoas em busca de variações que são comuns naqueles que foram contaminados e desenvolveram casos graves da covid-19.

Eles descobriram uma série de variantes em genes que estão envolvidos nas reações imunológicas são mais comuns em pessoas com casos graves. Estes genes também estão envolvidos com uma proteína de superfície celular chamada ACE2, que o coronavírus usa para ter acesso às células do corpo e infectá-las.

Salmão é culpado por alta de contágios na China?

Um salmão importado é o principal suspeito de um surto novo de covid-19 que está paralisando Pequim, segundo as autoridades. E as repercussões da situação estão chegando até o Chile, que é o segundo maior exportador de salmão do mundo.

salmão - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Segundo a cadeia chinesa CCTV, até quarta-feira (17) as autoridades do país asiático só haviam proibido expressamente as importações de salmão da Europa, que seria a origem do pescado supostamente contaminado.

A situação afetou os preços do produto, mesmo que a China seja apenas o quinto maior mercado para os produtores chilenos de salmão. Muitos dos produtores também acreditam que o salmão logo será "inocentado".

Na semana passada, 137 novos casos de covid-19 foram revelados na China. A maioria dos casos está ligada ao mercado de Xinfadi, por onde passam 80% dos alimentos consumidos em Pequim. A capital chinesa havia passado 57 dias sem registrar novos casos de covid-19.

Ativista pró-intervenção morre de covid

Geni Francisca de Mello, 72 anos, era moradora e cozinheira do acampamento montado em frente a um quartel do Exército em São Paulo que pede "intervenção militar com Bolsonaro no poder". Ativista, ela trocou a própria casa por uma das barracas montadas na calçada e era uma dos cinco integrantes permanentes até o novo coronavírus aparecer.

Geni morava num acampamento pró-intervenção militar e morreu de covid-19 - Felipe Pereira - Felipe Pereira
Geni morava num acampamento pró-intervenção militar e morreu de covid-19
Imagem: Felipe Pereira

Depois de ficar 33 dias internada, ela morreu na sexta-feira da semana passada, 12 de junho.

Cristina Villas Boas, 59 anos, também é favorável à intervenção militar, visita com frequência o acampamento e se tornou a pessoa mais próxima de Geni. No começo de maio, ela percebeu que a cozinheira do acampamento estava "jururu". Após piora na saúde, ela foi internada ainda em maio, e não saiu mais.

Alexandre Neves é uma das lideranças do acampamento e contou que Geni não foi um caso isolado. Ele e seus companheiros não negam que a covid-19 é perigosa, mas enxergam alarde excessivo na situação com intuito de desestabilizar o presidente.

A volta do futebol: Fla vence em silêncio

Não foi aquele Flamengo brilhante que o torcedor se acostumou antes da paralisação do futebol, mas o suficiente para vencer com facilidade o Bangu por 3 a 0 - gols de Arrascaeta, Bruno Henrique e Pedro Rocha - e garantir vaga nas semifinais da Taça Rio no jogo "anticlímax" que marcou a volta do futebol no Rio de Janeiro em meio à pandemia do coronavírus.

Do lado de dentro do Maracanã, o silêncio de um gigante habituado a abrigar multidões. Do lado de fora, as camisas rubro-negras e alvirrubras deram espaço aos ciclistas e pessoas que se exercitavam do lado de fora do estádio.

A alguns metros do gramado, o hospital de campanha vivia apenas mais um dia da rotina em tempos de pandemia do coronavírus. Ainda que as autoridades tenham detectado um achatamento da curva, os profissionais de saúde que lá trabalham seguem uma rotina das mais duras, bem diferente da alegria causada por um grito de gol.

A volta do futebol também foi palco para dois protestos com motivações diversas. Por volta das 19h, um grupo de torcedores de diversos clubes pedia a saída de Bolsonaro e reclamava da retomada dos jogos. O ato durou pouco tempo e alguns policiais interromperam a ação, mas sem consequências.

Também sobre futebol, Montenegro se disse livre do coronavírus há duas semanas. Porém, na quinta-feira registrou nove casos de contágio. Segundo autoridades do país, a volta da presença da doença ocorreu em razão de uma partida de futebol.

Túnel dos abraços

Uma clínica geriátrica localizada em Gravataí, no Rio Grande do Sul, criou uma maneira de impedir o afastamento de idosos e seus familiares em tempos de pandemia de coronavírus.

Trata-se do "túnel do abraço", ideia que surgiu logo após o último Dia das Mães, em que responsáveis do Residencial Geriátrico Três Figueiras notaram que alguns dos 28 moradores se sentiram tristes pelo distanciamento com a família.

Clínica geriátrica cria 'túnel do abraço' para garantir segurança de idosos - Reprodução / Facebook - Reprodução / Facebook
Imagem: Reprodução / Facebook

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado inicialmente, Goiás está entre os estados com tendência de alta, e não de estabilização da pandemia, conforme aponta o mapa da BBC. O conteúdo foi corrigido.