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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta segunda-feira (29)

Jogadores do Botafogo exibem faixa de protesto antes de jogo contra a Cabofriense; futebol carioca é o primeiro a retornar em meio à pandemia - Thiago Ribeiro/AGIF
Jogadores do Botafogo exibem faixa de protesto antes de jogo contra a Cabofriense; futebol carioca é o primeiro a retornar em meio à pandemia Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Do UOL, em São Paulo*

29/06/2020 13h48Atualizada em 30/06/2020 14h08

O total de mortos pelo coronavírus chegou hoje a 58.385 pessoas com os registros de 727 novos óbitos nas últimas 24 horas, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

Segundo o consórcio de imprensa, os números das secretarias estaduais mostraram hoje 25.234 novos casos de covid-19 em todo o país, elevando o total acumulado a 1.370.488 infectados.

Já o Ministério da Saúde registrou hoje mais 692 mortes provocadas pelo coronavírus no Brasil. Com os dados que entraram no sistema nas últimas 24 horas, o país já soma 58.314 óbitos por covid-19 nas contas do governo desde o início da pandemia.

O total de casos, de acordo com o ministério, chegou hoje a 1.368.195. Foram 24.052 novos infectados por coronavírus registrados de ontem para hoje. Segundo a Pasta, o Brasil acompanha 552 mil pacientes, e outros 757,4 mil já são considerados como recuperados da covid-19.

País vive momentos diversos da doença em regiões

A expansão do novo coronavírus no Brasil tem provocado momentos diversos em relação à doença em diferentes regiões. Enquanto alguns estados e cidades avançam no programa de reabertura mesmo sem ainda ter o controle total da transmissão, outros enfrentam a escalada de novos casos com medidas mais restritivas.

Hoje, por exemplo, Belo Horizonte iniciou o que foi chamado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) de "estágio zero", com o freio no processo de flexibilização que começou há um mês na capital mineira. Apenas serviços essenciais vão funcionar por tempo indeterminado.

Já no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) declarou estado de calamidade pública em decorrência do avanço da covid-19. Com a medida, o DF poderá contar com liberação de recursos do governo federal e prorrogar o pagamento de empréstimos feitos junto a ele.

Em meio a um programa de reabertura, o Distrito Federal tem enfrentado um aumento no número de casos nas últimas semanas, com um índice superior a 90% de ocupação em leitos de UTI da rede pública. De acordo com dados da secretaria local, ao todo são 44.905 casos confirmados de covid-19, com 548 óbitos registrados.

Rio de Janeiro e a volta do futebol

A cidade do Rio de Janeiro, por sua vez, começa a testar níveis mais avançados de flexibilização. Depois da abertura no sábado, a capital carioca tem hoje o primeiro dia útil de comércio de rua liberado para funcionamento, das 11h às 17h. Os shoppings já estão abertos das 12h às 20h.

Para justificar sua decisão, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) apontou queda no número de mortes e o aumento na disponibilidade de leitos de enfermaria e de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

O próximo passo da flexibilização será a volta dos espectadores aos estádios de futebol. Crivella oficializou a liberação de um terço de público a partir do próximo dia 10 de julho.

O Rio de Janeiro é o primeiro estadual em atividade do país, a disputa de rodada completa do Campeonato Carioca no último fim de semana. Jogadores do Botafogo protestaram com o retorno considerado prematuro pelo clube e pelo Fluminense.

A flexibilização na capital e outras cidades do estado têm gerado preocupação entre especialistas. Na última semana, o Rio de Janeiro registrou mais de 2 mil novos registros de casos de covid-19 por dia.

Fim de hospital de campanha do Pacaembu

Outra cidade que experimenta a flexibilização do isolamento social, São Paulo fechou hoje o hospital de campanha do Pacaembu. O hospital estava aberto desde 6 de abril e o custo no período de funcionamento foi de R$ 23 milhões.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), declarou que os indicadores de covid-19 na cidade nas últimas quatro semanas indicam estabilização em alguns indicadores e redução em outros. Ele falou que não justificava manter aberto um espaço para atender poucas pessoas.

O prefeito acrescentou que ontem a taxa de ocupação de leitos de UTI era de 53%. Covas disse que existe a possibilidade de aumentar a capacidade do hospital de campanha do Anhembi.

Em contraste com o interior do estado, a capital paulista pode experimentar novas medidas de flexibilização depois que o governo permitiu a reabertura de bares, restaurantes e salões de beleza. O prefeito da cidade, Bruno Covas (PSDB), porém, recebeu uma recomendação do comitê de saúde e vai esperar até sexta-feira para avaliar se colocará a medida em prática no dia 6 de julho, uma segunda-feira.

No estado, a situação ainda é preocupante. Com os novos casos diários beirando os 10 mil na última semana, São Paulo é o segundo lugar na lista global das regiões com o índice total de casos (271.737), superado apenas por Nova Iorque (EUA), com 392.539.

Hoje, o governador João Doria (PSDB) anunciou que o estado multará em R$ 500 cidadãos que forem flagrados sem máscaras em espaços públicos. Além disso, estabelecimentos comerciais que estiverem com pessoas sem a proteção serão multados em R$ 5 mil por pessoa. A medida entra em vigor no dia 1º de julho.

Nordeste lidera em novas mortes

O Brasil chegou ontem a um total de 57.658 óbitos em decorrência da covid-19, revelou levantamento do consórcio de veículos de imprensa de que o UOL faz parte. Segundo dados das secretarias estaduais de saúde, 555 novas vítimas da doença foram contabilizadas no período de 24 horas.

Com 246 novas mortes confirmadas neste período, o Nordeste superou o Sudeste (que registrou 178) e é a região do país com maior proporção de novos óbitos: 44%. Assim, o Sudeste é responsável por 32% das confirmações entre ontem e hoje, à frente de Norte (9%), Centro-Oeste (8%) e Sul (7%).

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o biólogo Fernando Reinach se mostrou preocupado com a situação em todo o Brasil. De acordo com ele, o país não tem um plano nacional definido para enfrentar a covid-19 e está "empurrando com a barriga".

O governo tem recebido críticas por causa da falta de gastos. Segundo o Painel do Orçamento Federal, elaborado com base nos dados mais recentes do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), de 22 de junho, o ministério da Saúde gastou até agora R$ 11,5 bilhões dos R$ 39,3 bilhões liberados pelo governo - 29,3% do total. Outros R$ 2,1 bilhões (5,3%) já estão comprometidos com o pagamento de contas, mas ainda não saíram do caixa.

Testes em plano de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu no rol de procedimentos obrigatórios a serem atendidos por planos de saúde os testes para confirmação de infecção pelo novo coronavírus.

As pesquisas de anticorpos IgA, IgG ou IgM serão obrigatórias para os planos de saúde nas segmentações ambulatorial, hospitalar (com ou sem obstetrícia) e referência, nos casos em que o paciente apresente ou tenha apresentado alguns quadros clínicos.

Entre esses quadros clínicos estão gripe com quadro respiratório agudo (com febre, tosse, dor de garganta, coriza ou dificuldade respiratória) e síndrome respiratória aguda grave (dificuldade para respirar, pressão persistente no tórax, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada nos lábios e rosto).

Corrida por vacinas

O grupo farmacêutico chinês China National Biotec Group (CNBG) informou que uma vacina contra o novo coronavírus em desenvolvimento pela empresa se mostrou capaz de imunizar todas as pessoas que receberam as doses. Participaram desta etapa 1.120 indivíduos, sendo que todos produziram anticorpos contra o vírus causador da covid-19.

Na nota, o grupo também disse ter construído uma fábrica em Pequim com capacidade de produzir até 120 milhões de unidades da vacina a cada ano. Porém, ainda não há informações de quais fases ainda precisarão ser cumpridas para ser liberada a comercialização.

Em outra frente, o Brasil anunciou no fim de semana parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, para produção de vacina contra a covid-19. A presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade Lima, comemorou a medida, apesar do risco compreendido - a tecnologia será desenvolvida pela fundação.

"Assumimos um risco de natureza econômica para ter a vacina no Brasil, um compromisso financeiro, esperando que o produto seja bem sucedido, mas claro que ele pode não se provar eficaz. Há muitas pesquisas sem resposta sobre o coronavírus, e acredito que a escolha desta vacina foi muito bem pensada. Não somos o único país a tomar esta iniciativa. Outros também estão conciliando ensaios clínicos e produção de lotes sem ter certeza sobre o resultado final", disse em entrevista ao jornal O Globo.

O acordo prevê a compra de lotes da vacina e da transferência de tecnologia. Se demonstrada eficácia, serão 100 milhões de doses à disposição da população brasileira.

Nessa fase inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses da vacina, no valor total de US$ 127 milhões, incluídos os custos de transferência da tecnologia e do processo produtivo da Fiocruz, estimados em US$ 30 milhões.

Preocupação nos EUA

O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar, mostrou preocupação com o avanço da pandemia pelo país. Em entrevista para a CNN, Azar disse que a "janela está se fechando" para que os americanos consigam controlar o aumento do número de casos de covid-19.

"As coisas estão muito diferentes do que há dois meses. Portanto, é uma situação muito diferente, mas é uma situação muito, muito séria, e a janela está se fechando para que possamos agir e controlar isso", disse Azar.

Ontem, o CDC (sigla para Centro de Controle e Prevenção de Doenças), principal entidade de saúde nos Estados Unidos, informou 2.504.175 casos do novo coronavírus no país, um aumento de 44.703 em relação à contagem anterior, e afirmou que o número de mortes subiu em 508, para 125.484.

Neste cenário, ao menos 12 estados norte-americanos interromperam ou estão cancelando seus planos de reabertura pós-quarentena, informou o site da CNN. Lideranças estaduais vêm pedindo que os cidadãos tentem ficar em casa o máximo possível, que se mantenham longe de locais com aglomeração e que cumpram o distanciamento social.

*Com informações das agências Estadão Conteúdo, Reuters, Agência Brasil e AFP.