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OMS reforça ineficácia da cloroquina enquanto Bolsonaro exalta substância

Adepto da cloroquina, presidente Jair Bolsonaro testou positivo para coronavírus - ADRIANO MACHADO
Adepto da cloroquina, presidente Jair Bolsonaro testou positivo para coronavírus Imagem: ADRIANO MACHADO

Do UOL, em São Paulo

07/07/2020 13h13

Minutos depois de o presidente Jair Bolsonaro revelar que testou positivo para coronavírus e que fez uso da hidroxicloroquina, a OMS (Organização Mundial da Saúde) reafirmou que a substância é completamente ineficaz no tratamento da covid-19.

Na entrevista coletiva de hoje, Soumya Swaminathan, cientista-chefe do órgão, explicou o motivo de os ensaios com a hidroxicloroquina terem sido suspensos.

"Todo nosso trabalho faz parte de um processo bem estabelecido, claro que estamos melhorando este processo. Fazemos uma revisão sistemática das evidências e isso demora, pois temos um grande número de estudos. Interrompemos o ensaio da hidroxicloroquina pela segurança, já que não podemos colocar a vida das pessoas em risco. Temos evidências suficientes para saber que não há nenhum impacto para pacientes hospitalizados com covid-19", disse ela.

"Todos estamos vulneráveis"

O diagnóstico positivo de Bolsonaro, aliás, repercutiu entre os chefes da OMS. Michael Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da entidade, diz torcer pela recuperação breve do presidente.

"Desejo melhoras ao presidente. Outros países tiveram a mesma experiência. Isso realmente demonstra a realidade deste vírus. Todos nós estamos potencialmente expostos a ele, seja quem for. Temos a mesma vulnerabilidade", iniciou.

"Sabemos que o Brasil é uma grande nação que esta enfrentando tempos difíceis. O sistema hospitalar está sendo pressionado e queremos homenagear os profissionais de saúde. A situação, no entanto, esta crítica, e o Brasil enfrenta muitos desafios", prosseguiu.

Por fim, Ryan pediu que o país tenha "unidade" para combater a pandemia. "Já dissemos que o Brasil pode atuar de forma federal, é importante ver unidade e ter uma estratégia abrangente. Temos confiança de que o Brasil possa unir as comunidades. Todos nós estamos vulneráveis."