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RJ: R$ 8,5 mi apreendidos não foram achados com ex-secretário, diz defesa

O ex-secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos (com o rosto coberto), é conduzido na chegada à Cidade da Polícia após ser preso - ANDRE MELO ANDRADE/MYPHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos (com o rosto coberto), é conduzido na chegada à Cidade da Polícia após ser preso Imagem: ANDRE MELO ANDRADE/MYPHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, no Rio

11/07/2020 19h35

A defesa de Edmar Santos, ex-secretário estadual de Saúde do Rio preso ontem, afirma que os R$ 8,5 milhões apreendidos durante a operação do MP-RJ (Ministério Público no Rio de Janeiro) não foram achados em nenhum endereço ligado a ele. Em nota, a defesa do ex-secretário afirmou que "a quantia em espécie amplamente divulgada pela mídia não foi encontrada em nenhum dos endereços do cliente".

Uma fonte que participou da operação disse ontem ao UOL que os valores milionários foram apreendidos em imóvel de Edmar —a versão foi reafirmada por ela hoje. O MP-RJ disse que o dinheiro foi entregue "espontaneamente por um dos investigados, que estava acompanhado de seu advogado", mas informou não poder revelar o local da apreensão. No final da noite, o órgão descartou que o dinheiro tenha sido apreendido em imóvel ligado ao ex-secretário.

"Algumas informações não podem ser reveladas no momento sob pena de prejudicar diligências em curso. Isso inclui qualquer informação em relação ao local onde foi apreendido o dinheiro", afirmou o MP-RJ, por meio de nota.

Dinheiro apreendido pelo MP-RJ em operação que prendeu Edmar Santos - Divulgação/MP-RJ - Divulgação/MP-RJ
11.jul.2020 - Dinheiro apreendido pelo MP-RJ em operação que prendeu Edmar Santos
Imagem: Divulgação/MP-RJ

O ex-secretário foi preso ontem em sua casa, em Botafogo, zona sul do Rio. Promotores e policiais civis também realizaram buscas em uma casa de Edmar em Itaipava, distrito de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde segundo informação inicial a fortuna teria sido apreendida.

Ao negar a relação de seu cliente com o dinheiro, a defesa disse que "tanto é assim que nos termos de arrecadação (lista de bens apreendidos) das duas residências de Edmar - as únicas referidas na decisão da 1ª Vara Especializada Criminal - não consta a apreensão desses valores".

O MP-RJ publicou outras duas notas sobre a operação. Na primeira, divulgada às 21h51 de sexta-feira, afirmou ter encontrado apenas R$ 5.000 em endereços do ex-secretário, sem deixar clara a circunstância em que os R$ 8,5 milhões foram encontrados. Em novo comunicado divulgado na tarde de hoje, o MP-RJ informou que o dinheiro foi entregue "espontaneamente por um dos investigados, que estava acompanhado de seu advogado".

O comunicado de hoje diz ainda que, dos R$ 8,5 milhões apreendidos, havia cerca de R$ 7 milhões em moeda nacional. O restante do montante estava em moedas estrangeiras, como dólares, euros e libras esterlinas. Foi necessário o reforço de equipamentos e de um funcionário do Banco do Brasil para realizar a contagem do dinheiro, que só terminou na madrugada deste sábado.

Em outras fases da Operação Mercadores do Caos, os promotores do Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção) já prenderam Gabriell Neves, ex-subsecretário executivo de Saúde e braço direito de Edmar Santos. Também foram detidos empresários ligados ao suposto esquema de corrupção.