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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quinta-feira (16)

Do UOL, em São Paulo

16/07/2020 13h31Atualizada em 16/07/2020 19h15

O Brasil registrou 1.322 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo balanço oficial do Ministério da Saúde, disponível em seu site oficial. Nos registros oficiais, já são 76.688 óbitos pela doença.

Ao todo, são 2.012.151 casos confirmados, sendo 45.403 desde o balanço de ontem. Ainda são 3.830 falecimentos em investigação.

O total de recuperados chegou a 1.296.328, representando 64,4% do total de infectados. Os casos em acompanhamento chegaram a 639.135, 31,8% do montante de contaminados.

Bolsonaro denunciado ao MPF

Enquanto as regiões brasileiras mostram cenários díspares na pandemia, com crescimento de casos no Sul e queda no Norte, o país segue enfrentando crise política por conta de sua gestão frente ao novo coronavírus. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é alvo de uma denúncia ao MPF (Ministério Público Federal) por conta de suas atitudes, consideradas irresponsáveis.

Um grupo composto por cinco ex-procuradores e um ex-juiz aposentado, tendo à frente o ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles, denunciou ao MPF Bolsonaro por conduta ilícita no combate à pandemia de covid-19.

Eles citam que o presidente tomou medidas contrárias à saúde na condução do país, entre elas a demissão de dois ministros da Saúde durante a crise.

O objetivo dos autores é que o MPF no Distrito Federal abra um inquérito civil público para apurar a conduta de Jair Bolsonaro, mas o caso está na assessoria criminal do gabinete do procurador-geral da República Augusto Aras "para análise" e não foi distribuída ao MPF no DF, apesar de protocolada em 7 de julho. O caso tramita em sigilo.

A representação traz uma série de notícias que retratam o que seria para os autores esse comportamento "nocivo" do presidente e são relembrados pelos autores vários fatos que indicariam a irresponsabilidade de Bolsonaro frente à pandemia, tais como as demissões de ministros, mau uso de dados da pandemia, falta de diálogo com prefeitos e governadores e a fala de que a doença é uma "gripezinha", menosprezando um mal que já matou mais de 75 mil brasileiros.

Ontem o presidente anunciou que teve mais um teste para o coronavírus com resultado positivo, o que o faz ter de se manter em isolamento social, caso siga as recomendações para infectados pela doença. Paulo Guedes teve novo teste com resultado negativo.

Mourão defende militares e diz que Pazuello sai em agosto

Jair Bolsonaro deve escolher em agosto o nome que assumirá o Ministério da Saúde, pasta que é interinamente ocupada pelo general Eduardo Pazuello, afirmou hoje o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), ao UOL Entrevista.

"Pazuello assumiu interinamente e está há dois meses na função. Acredito que em mais um mês, em agosto, Bolsonaro vai retornar da quarentena e analisar outros nomes", afirmou ao colunista do UOL, Tales Faria, e ao repórter Antonio Temóteo.

Mourão referia-se aos generais que seguem na ativa mesmo com cargos no governo o que, para ele, não é o caso do interino da Saúde. "O que diz a nossa legislação é que o militar da ativa, quando colocado fora da força, pode permanecer por até dois anos nessa função. Se desejar continuar, tem que ir pra reserva. Se ele [Pazuello] perde a passagem para a reserva agora, vai para o espaço. O cara tem que estar sempre apoiado", afirmou.

A sociedade tem que parar de discutir determinados assuntos de forma preconceituosa: o militar é um cidadão como outro qualquer, apenas usa farda e tem um raciocínio cartesiano".

Sul cresce, Norte cai

O Brasil contabilizou ontem mais 1.261 mortes em 24h em decorrência da infecção pelo coronavírus segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. O total de óbitos chegou a 75.523 desde o início da pandemia.

Considerada a média móvel de novas mortes na última semana, foram registrados 1.067 óbitos por dia. Os dados do consórcio de imprensa apontaram a entrada de mais 39.705 registros de casos de coronavírus nas últimas 24 horas. O total agora é de 1.970.909 infectados no Brasil.

O Ministério da Saúde ainda alertou para uma tendência de interiorização da covid-19. No período de 5 a 11 de julho, 57% dos novos casos da doença registrados no país são do interior — um aumento de três pontos percentuais em relação ao verificado na semana anterior (54%). Os outros 43% vieram das regiões metropolitanas.

Em relação às regiões, o Sul teve novo aumento no número de mortes por coronavírus contabilizadas na última semana, segundo boletim do Ministério da Saúde. Entre os dias 5 e 11 de julho, a região registrou mais 83 óbitos por covid-19, um acréscimo de 36% em relação ao número verificado na semana anterior (61).

Também houve crescimento no número de novos casos: foram 3.918 na última semana, 8% a mais do que o registrado no período anterior (3.642). Ao todo, a região soma 2.870 óbitos e 137.399 infectados.

As regiões Norte e Nordeste foram as únicas a apresentar, na última semana, diminuição no número de novas mortes e casos registrados. Na primeira, foram contabilizados 72 óbitos entre 5 e 11 de julho, 20% menos do que o registrado na semana anterior (91). Os novos casos, por sua vez, caíram de 5.045 para 4.575 (-9%) no mesmo período.

No Nordeste, o registro de novas mortes foi de 343 para 330 na última semana — queda de 4% —, enquanto o número de novos infectados caiu de 12.716 para 11.713 (-8%).

Por que as médias continuam altas?

Dois fatores fazem a média de mortes por dia continuar alta no país como um todo. O primeiro é que a pandemia está em estágios diferentes nos Estados e no Distrito Federal.

Em muitos, a média também está estável em um nível elevado. É o caso de Amapá, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Bahia.

A taxa está em queda no Amazonas, Acre, Pará, Roraima e Rio de Janeiro. Mas essa redução é compensada pelo crescimento de vários outros Estados, como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Tocantins e no Distrito Federal.

Ao mesmo tempo, o surto de coronavírus pode estar dando sinais de que está arrefecendo em muitas capitais, mas está a pleno vapor fora delas, como explica Domingos Alves, professor da Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e colaborador do Covid-19 Brasil.

A epidemia no Brasil não é uma grande fogueira. São várias fogueiras pequenas. As fogueiras altas que a gente via nas capitais agora deram lugar a fogueiras menores nas principais cidades do interior, que estão cercadas por uma porção de fogueirinhas"

Óbitos em geral aumentam no Brasil

A pandemia está tendo um impacto inequívoco nas estatísticas de mortes no Brasil. No primeiro semestre deste ano, foram registrados 667.258 óbitos nos cartórios brasileiros, compreendendo todos os tipos de causas naturais e externas. Em comparação, no primeiro semestre de 2019 ocorreram 608.265 óbitos, informa a coluna de Diogo Schelp.

Ou seja, nos primeiros seis meses de 2020 houve um aumento de 9,7% no total de mortes em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em números absolutos, foram registradas 58.993 mais mortes em 2020 do que na primeira metade de 2019. No mesmo período de 2020, os cartórios registraram 62.074 óbitos confirmados ou com suspeita de covid-19 — uma causa de morte que, evidentemente, não existia em 2019.

Cidades adotam medidas restritivas

A prefeitura de São José do Rio Preto (SP) determinou um incomum fechamento de supermercados e hipermercados durante os dois próximos fins de semana em uma tentativa de controlar a disseminação do novo coronavírus.

De acordo com o decreto publicado hoje, os estabelecimentos desta categoria na cidade poderão funcionar de sábado e domingo apenas no sistema de delivery, ficando proibido também a modalidade drive-thru. Outra restrição será na venda de bebidas alcoólicas no fim de semana.

Já a prefeitura de Campo Grande (MT) anunciou um toque de recolher. Com o novo decreto, fica determinada a paralisação, aos sábados e domingos, de todas as atividades econômicas e sociais não essenciais até o dia 31 de julho de 2020.

São Paulo desativará leitos

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB-SP), anunciou hoje que o hospital de campanha do Anhembi terá uma redução de 561 leitos diante da queda de demanda verificada nas últimas semanas. Operando com 871 leitos até o momento, serão disponibilizados apenas 310 a partir do dia 1º de agosto no plano de combate da cidade ao novo coronavírus.

A redução, segundo Covas, significará uma economia mensal de R$ 19 milhões. Inaugurado em abril, o hospital de campanha do Anhembi foi projetado a receber até 1.800 pacientes, mas a contingência de 929 leitos não precisou ser usada no momento mais crítico da pandemia na cidade.

Prefeito de Ingá morre após pegar covid

O prefeito do município de Ingá (PB), Manoel Batista Chaves Filho (PSD), conhecido como Manoel da Lenha, morreu por complicações da covid-19, depois de ser infectado pelo novo coronavírus.

manoel - Divulgação/Prefeitura de Ingá - Divulgação/Prefeitura de Ingá
Manoel Batista Chaves Filho (PSD), o Manoel da Lenha, morreu por complicações da covid-19
Imagem: Divulgação/Prefeitura de Ingá

A morte do prefeito, de 64 anos, foi divulgada na manhã de hoje.

Ele estava internado havia 11 dias no Hospital Santa Clara, em Campina Grande (PB).O prefeito testou positivo para o novo coronavírus depois de apresentar sintomas da covid-19, no dia 5.

Ele foi internado no mesmo dia, em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital.

Trump intervém em dados; EUA batem recorde

O governo de Donald Trump determinou que os hospitais dos Estados Unidos deverão, a partir de hoje, enviar números do coronavírus a um banco central de dados em Washington, DC, e não mais ao CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em inglês). Especialistas ouvidos pelo The New York Times temem que a medida possa diminuir a transparência.

A mudança foi divulgada recentemente no site do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo norte-americano. O órgão informa que agora será responsável por coletar relatórios diários sobre os pacientes que cada hospital está tratando, o número de leitos de UTI e respiradores disponíveis e outras informações essenciais para o acompanhamento da pandemia.

Os Estados Unidos registraram ontem um novo recorde diário de infecções ultrapassou a marca de 70 mil contágios pela primeira vez, com 74.513, além de terem chegaram a um total de 3.490.735 casos desde o começo da pandemia, segundo a contagem independente feita pela Universidade Johns Hopkins.

O balanço divulgado apresenta ainda 803 novas mortes por covid-19, o que elevou o número de vítimas do vírus SARS-CoV-2 nos EUA a 137.235.

Derivado da maconha contra a covid

Um estudo com roedores feito nos Estados Unidos aponta que a cannabis, por meio de um derivado da maconha, o CBD (canabidiol), é vantajoso quando usado para combater os sintomas da doença.

cbd - Fernando Moraes - Fernando Moraes
cannabis canabidiol
Imagem: Fernando Moraes

No estudo de pesquisadores da Augusta University, na Geórgia (EUA), evidências mostraram que o uso do CBD ajuda no tratamento de severas inflamações pulmonares causadas pela covid-19. A pesquisa foi feita com roedores, que foram induzidos artificialmente a ter uma síndrome respiratória, com sintomas similares aos da covid-19.

Isso criou nos ratos uma tempestade inflamatória, com redução de oxigenação no sangue e problemas pulmonares. Neste momento, foi dado o CBD.

Foi observado pelos pesquisadores um impacto positivo do uso da substância para tratar Sars (síndromes respiratórias agudas graves) e o que é chamado muitas vezes de "tempestade inflamatória", uma resposta acima do normal do sistema imunológico de um indivíduo contaminado.

Eles sugerem que o CBD consegue auxiliar reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias e, assim, combatendo a tempestade. Ao reduzir citocinas específicas, é possível diminuir a inflamação e, assim, acabar com o desconforto e os danos respiratórios. Os resultados dos experimentos desses pesquisadores apoiaram essa teoria.

Radioterapia contra a covid

Um estudo divulgado na terça-feira (14) mostra que o uso da radiações nos pulmões de pacientes com pneumonia causada pela covid-19 pode ajudar na recuperação.

A radioterapia diminuiu de 12 para 3 o tempo de melhora nos pacientes avaliados. O estudo, pequeno, foi feito com 10 pacientes por médicos da Universidade de Emory, em Atlanta (EUA). Os resultados foram comparados com outros 10 pacientes que receberam o tratamento comum.

Outros efeitos em potencial incluem menor média de tempo para a alta hospitalar (12 dias com radiação, 20 dias sem) e um risco mais baixo de precisar de ventilação mecânica (10% com radiação, 40% sem).

"A radioterapia pode reduzir a inflamação nos pulmões dos pacientes com covid-19 e reduzir as citocinas que estão causando a inflamação", disse Khan. Citocinas são proteínas produzidas pelo sistema imunológico.

Vacina com proteção dupla

As pesquisas em curso da Universidade de Oxford para desenvolver uma vacina contra a covid-19 indicam que esta ofereceria o nível duplo de proteção buscado pelos cientistas, informa a imprensa britânica. O projeto, em parceria com o laboratório Astrazeneca, é considerado um dos mais promissores entre as várias pesquisas em curso no planeta.

De acordo com o jornal Daily Telegraph, a primeira fase dos testes clínicos em humanos demonstrou que a vacina gera uma resposta imune contra o vírus, com anticorpos e linfócitos T, "células assassinas" contra a infecção.

"É a combinação dos dois que esperamos que proteja as pessoas", afirmou uma fonte ao Daily Telegraph. "É um momento importante, mas ainda resta um longo caminho por percorrer".

Os resultados, classificados como "extremamente promissores" por uma fonte anônima de alto nível citada pelo jornal, ainda não permitem saber qual seria a duração da proteção oferecida pela vacina.

Ingleses acusam hackers russos de tentar roubar info de vacinas

A agência britânica de segurança cibernética acusou hoje um grupo de hackers russos de tentar roubar informações sobre os projetos de vacinas contra o coronavírus.

O NCSC (Centro Nacional de Segurança Cibernética, na sigla em português) do Reino Unido afirmou que os alvos eram agências de pesquisa e desenvolvimento de vacinas no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. As alegações foram apoiadas pelas autoridades dos dois países.

"O NCSC está avaliando que [o grupo] APT29, também chamado de Dukes ou Cozy Bear quase certamente opera como parte dos serviços de inteligência russos", afirmou um comunicado da instituição.

Felipe Neto ataca Trump e Bolsonaro no NYT

Em um vídeo de mais de seis minutos publicado no site do jornal The New York Times, o youtuber Felipe Neto criticou os presidentes e aliados políticos Bolsonaro e Donald Trump.

O youtuber comparou os dois chefes do Executivo e afirmou que a atuação de Bolsonaro na pandemia de coronavírus "faz Donald Trump parecer Patch Adams" — se referindo ao médico norte-americano conhecido por seus tratamentos humanitários.

"Se você está se perguntando o que pode fazer para ajudar o Brasil a lidar com o nosso lunático, não reeleja o seu. Em novembro, vote para manter Trump fora da Casa Branca", disse.

Turistas brasileiros não podem ir à Europa

Turistas brasileiros voltaram a ficar de fora da lista da Europa de pessoas que poderão viajar para o Velho Continente, informa o colunista Jamil Chade. Americanos, russos e indianos também estão de fora da nova lista. O critério avaliado pelos europeus é o da transmissão da covid-19, assim como os planos dos governos para testar e dar uma resposta à crise.

Essa é a segunda lista publicada pela UE. No dia 1 de julho, a primeira delas foi divulgada, sem a presença do Brasil. Os europeus indicaram que, a cada 15 dias, iriam rever a lista para uma eventualmente expandir o número de turistas. Mas, conforme a coluna revelou, a situação brasileira era considerada como sendo grave demais para que pudesse ser incorporada num futuro imediato.