Topo

Esse conteúdo é antigo

Covid: Número de novas mortes cresce no Sul, e país tem quase 78 mil óbitos

Enterro de vítimas de coronavírus no Cemitério do Cajú (São Francisco Xavier) no Rio de Janeiro - SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Enterro de vítimas de coronavírus no Cemitério do Cajú (São Francisco Xavier) no Rio de Janeiro Imagem: SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

17/07/2020 18h31Atualizada em 17/07/2020 20h41

O Brasil encostou hoje na marca de 78 mil mortos pela infecção provocada pelo novo coronavírus. De acordo com levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, as secretarias estaduais contabilizaram nas últimas 24 horas mais 1.110 óbitos por covid-19. O total de vítimas chegou a 77.932.

A região Sul foi a única que teve aumento no número de novas mortes (129 hoje) em relação ao que foi reportado no dia anterior. Foram 24 óbitos a mais. Em 24 horas, Santa Catarina confirmou 58 mortes; o Paraná, 46, e o Rio Grande do Sul, 25.

O Sudeste contabilizou 95 novas vítimas a menos do que o registrado ontem (foram 517 hoje). O Nordeste reportou 251 mortes hoje, 78 a menos. O Centro-Oeste, com 124 notificações, teve queda de 17. E o Norte, com 89 vítimas, apresentou 23 novos óbitos a menos.

A média móvel de mortes dos últimos sete dias ficou em 1.058. Um pouco mais baixa do que a anotada no dia anterior (1.081).

O grupo de veículos de comunicação passou recentemente a divulgar a média móvel de novas mortes, que calcula a média de óbitos observada nos últimos sete dias. Essa operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

Os dados do consórcio de imprensa mostraram ainda que os estados passaram a contar mais 33.959 casos de ontem para hoje, o que eleva o total de infectados em todo o país para 2.048.697.

Do total de casos confirmados de ontem para hoje, mais de 60% foram nas regiões Sudeste e Nordeste. Foram 11.258 casos no Nordeste (33%) e 10.170 no Sudeste (30%). O Sul registrou 5.032 casos no mesmo período (15% do total); o Norte, 4.467 casos (13%) e o Centro-Oeste, 3.032 (9%).

Dados do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde, por sua vez, passou a contabilizar nas últimas 24 horas mais 1.163 mortes provocadas pela covid-19 no Brasil. O total de vítimas da doença causada pelo coronavírus chegou a 77.851.

De acordo com o governo federal, foram acrescentados de ontem para hoje novos 34.177 diagnósticos de infecção pelo coronavírus, elevando o total de casos para 2.046.328.

Ainda segundo o ministério, o país tem atualmente 647.441 pacientes em acompanhamento. O número de casos considerados como recuperados chegou a 1.321.036.

O Ministério da Saúde aponta que as regiões Sudeste e Nordeste concentram a maior parte das mortes do país. Até hoje, os estados do Sudeste somaram 35.374 óbitos (45,4% do total) e os do Nordeste, 24.902 (32%). O Norte contabiliza 10.911 mortes (14%); o Centro-Oeste, 3.560 (4,5%), e o Sul, 3.104 (4%).

Saúde orienta Fiocruz a recomendar cloroquina; Fiocruz se recusa

O Ministério da Saúde orientou a Fiocruz a divulgar amplamente e recomendar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento precoce de pacientes da covid-19, apesar de as evidências científicas não indicarem a eficácia de ambos no combate ao novo coronavírus.

A própria Fiocruz participa do estudo Solidarity, da OMS (Organização Mundial de Saúde), cujos testes com cloroquina e hidroxicloroquina foram suspensos em junho porque todos os resultados obtidos indicavam que as substâncias "não reduziam a mortalidade dos pacientes".

O ofício menciona como "medidas essenciais": considerar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina, mediante livre consentimento esclarecido do paciente (...) para tratamento medicamentoso precoce, ou seja, nos primeiros dias dos sintomas, no âmbito do SUS". Perguntado sobre as evidências que embasam tal recomendação, o Ministério da Saúde nada explicou.

A Fiocruz respondeu que não recomenda a droga: "A Fiocruz orienta profissionais, ela afirma que não há base científica para a cloroquina, pelo contrário, há evidências de que não deve ser utilizada. Mas, se recebe comunicado do Ministério da Saúde, não pode deixar de informar seus profissionais", declarou o pesquisador e coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância da Fiocruz Brasília, Cláudio Maierovitch.

Veículos se unem em prol da informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e assim buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.