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Diretor do Butantan prevê análise de eficácia da CoronaVac em 15 de outubro

Dimas Covas previu uma data para o início da análise dos testes, que são feitos com 9 mil voluntários - Deyvid Edson / Estadão Conteúdo
Dimas Covas previu uma data para o início da análise dos testes, que são feitos com 9 mil voluntários Imagem: Deyvid Edson / Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

09/09/2020 13h25

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou hoje que a instituição prevê o início da análise dos testes de eficácia da CoronaVac em 15 de outubro. A entidade ligada ao governo estadual de São Paulo testa e desenvolve um imunizante contra o coronavírus em parceria com um laboratório chinês, e atualmente realiza testes de fase 3 que vão incluir um total de 9 mil voluntários.

"Até o final de setembro vacinaremos todos os 9 mil. Com isso, a partir de 15 de outubro poderemos ter a análise da eficácia", disse o diretor do Butantan durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

"Vamos ter um organismo internacional que controla o estudo, ele que vê os dados que vão demonstrar a eficácia", completou.

Segundo Dimas Covas, o estudo clínico de fase 3 "está evoluindo muito rapidamente", com 4 mil voluntários já tendo recebido a primeira dose e alguns a segunda dose do imunizante.

"Havendo eficácia, a vacina poderá ser registrada na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e na sequência disponibilizada ao Ministério da Saúde. Em dezembro, o Butantan terá 46 milhões de doses disponíveis para o Ministério da Saúde. Então é muito promissor", afirmou.

O diretor do Instituto Butantan voltou a lembrar que cabe ao Ministério da Saúde investir na produção da CoronaVac para que a entidade paulista possa fornecer as doses ao SUS (Sistema Único de Saúde) ainda em 2020.

Torcida por mais vacinas

Dimas Covas também comentou sobre a suspensão dos testes de eficácia da vacina de Oxford, que teve 100 milhões de doses já encomendadas pelo governo federal. Os estudos de fase 3 do imunizante foram suspensos após um dos voluntários apresentar uma reação adversa séria.

Para o diretor do Butantan, isso demonstra que o ideal para o Brasil seria contar com mais de uma vacina disponível contra a covid-19.

"Eu sinceramente gostaria que as outras vacinas também se desenvolvessem muito rapidamente. O Brasil, (com) 200 milhões de habitantes, precisará de muitas vacinas, uma só não será suficiente para a imunização de toda a população", comentou Dimas Covas.

"E enfatizando, isso não é uma corrida entre vacinas, é uma corrida para proteger a população", acrescentou.

Investimento aumentaria capacidade

Dimas Covas ainda explicou como o Butantan aplicaria o R$ 1,9 bilhão que pleiteia junto ao governo federal para investimento na produção da CoronaVac. Segundo o diretor da instituição, o aporte financeiro permitiria que a fabricação se intensificasse e chegasse a 100 milhões de doses em abril.

"O recurso adicional que vier do Ministério será investido no aumento da capacidade de entrega de vacinas ao Ministério", afirmou.

"O ressarcimento dos custos de produção dessas vacinas, se vier de forma adequada, permitirá um aumento da produção. 46 milhões (de doses) já estão contratadas, já vamos receber. Estamos falando de volumes de vacinas adicionais a esse e podemos chegar a até 100 milhões em abril, maio, se assim o Ministério da Saúde demandar", completou Dimas Covas.