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Quando aprovada, vacina de Oxford será entregue ao SUS, diz Bio-Manguinhos

Primeiros resultados dos testes clínicos da vacina de Oxford devem ser apresentados em novembro - Getty Images
Primeiros resultados dos testes clínicos da vacina de Oxford devem ser apresentados em novembro Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

30/10/2020 20h01Atualizada em 30/10/2020 20h16

A vacina contra o coronavírus desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca junto à Universidade de Oxford será entregue ao SUS (Sistema Único de Saúde) quando aprovada para distribuição, garantiu hoje Maurício Zuma, diretor de Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

A Fiocruz e a AstraZeneca têm um acordo para transferência de tecnologia para o desenvolvimento da vacina, que já está na fase 3 dos testes clínicos e é considerada uma das mais promissoras do mundo. No Brasil, os testes do imunizante estão sendo feitos pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Segundo cronograma da Fiocruz, os primeiros resultados dos testes clínicos serão apresentados em novembro. Depois, em janeiro de 2021, está prevista a chegada da matéria-prima para o início da produção da vacina e a submissão do registro à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A expectativa é de que 30 milhões de doses do imunizante estejam prontas em fevereiro.

"Tudo vai ser entregue para o SUS, ao Ministério da Saúde, ao PNI [Programa Nacional de Imunizações]", disse Zuma em entrevista à GloboNews. "Não só essa [vacina], como as demais que produziremos em seguida. Serão todas entregues ao Ministério da Saúde, que é quem vai definir qual o público-alvo, como será feita a distribuição, quando será feita..."

Além disso, ainda de acordo com o cronograma da Fiocruz, mais 70,4 milhões de doses devem ser entregues entre março e julho do ano que vem. A partir de agosto, a produção da vacina passa a ser 100% nacional, e são previstas outras 110 milhões de doses até dezembro.

O cronograma traz esperança, mas não diminui a cautela, segundo o diretor de Bio-Manguinhos. Querendo evitar expectativas falsas na população, Zuma reforçou que o calendário reflete o atual momento, mas há muitas variáveis envolvidas no processo que podem adiantar ou adiar cada um desses prazos.

Por ora, Bio-Manguinhos não projeta trabalhar com o mercado privado para a distribuição da vacina.

"Após a pandemia, pode ser que a gente discuta com a AstraZeneca a possibilidade de atender outros mercados, a América Latina, não sei. Mas agora estamos totalmente dedicados a entregar todas as nossas vacinas ao Ministério da Saúde", garantiu Zuma.