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Todo e qualquer processo de vacina sofre avanços e recuos, diz Mourão

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

10/11/2020 12h43

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou hoje que "todo e qualquer processo de vacina sofre avanços e recuos" ao comentar a ordem da Anvisa para parar os testes com a CoronaVac, vacina de origem chinesa que tem sido desenvolvida pela Instituto Butantan e pelo governo de São Paulo.

Mourão se esquivou da polêmica criada por Jair Bolsonaro (sem partido), que disse hoje, em sua página no Facebook, que a suspensão dos testes com a CoronaVac seria uma espécie de vitória para o governo federal. O presidente escreveu que "ganhou mais uma" - citando a rixa que ele tem com o governador paulista, João Doria (PSDB).

A dupla tem protagonizado um embate público em torno dos estudos para desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus. Enquanto o governo de SP aposta na CoronaVac, o Ministério da Saúde é entusiasta da vacina pesquisada pela Universidade de Oxford (Inglaterra) em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.

Segundo a Anvisa, a interrupção dos testes clínicos com a CoronaVac ocorreu devido a um "evento adverso grave" no fim de outubro. Dimas Covas, presidente do Butantan, criticou hoje a decisão, dizendo que ela fomenta medo e descrédito.

"Eu sou vice-presidente do governo Bolsonaro e não me compete comentar as declarações dele", declarou o general.

O vice-presidente negou que suas declarações a respeito da CoronaVac tenham provocado um mal-estar entre ele e Bolsonaro.

Na contramão do presidente, Mourão tem minimizado as disputas políticas acerca de qual imunizante será comprado ou não pelo Brasil. Para ele, não existe "vacina chinesa", e sim vacina brasileira, pois as pesquisas estão em desenvolvimento no país.

Eleições nos EUA

Questionado sobre o fato de Bolsonaro ainda não ter se manifestado publicamente sobre a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos, o vice saiu pela tangente. "[Expus] apenas a minha visão é que eu acho que ele está aguardando. Só isso", disse ele, em negativa a questionamento se o presidente teria ficado incomodado com as entrevistas do general.

"Não está aguardando? Está aguardando", em referência ao silêncio de Bolsonaro após a derrota do aliado Donald Trump.