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Comitê recomenda a aprovação do uso emergencial de vacina da Pfizer nos EUA

Imagem ilustrativa da vacina contra a covid-19, causada pelo novo coronavírus - Robson Mafra/AGIF/Estadão Conteúdo
Imagem ilustrativa da vacina contra a covid-19, causada pelo novo coronavírus Imagem: Robson Mafra/AGIF/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo*

10/12/2020 21h48

O comitê de especialistas que assessora a FDA (Food and Drug Administration), agência de regulação de medicamentos dos Estados Unidos, recomendou a liberação do uso emergencial da vacina contra a covid-19 produzida pelas companhias farmacêuticas Pfizer e BioNTech, após reunião virtual realizada ao longo do dia. Foram 13 votos de conselheiros a favor e 4 contra a autorização.

Esta votação, no entanto, não significa que a vacina será autorizada imediatamente. A liberação do imunizante será discutida pela FDA e pode ser determinada nos próximos dias. Porém a resolução de hoje já traça caminhos para uma eventual distribuição da vacina nos EUA.

Se a vacina for autorizada pela FDA, ela tem de ser aprovada pelo CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças) antes das primeiras doses serem distribuídas nos Estados Unidos. Idosos e profissionais da saúde serão os primeiros beneficiários, segundo o secretário da Saúde informou ontem.

Em comunicado enviado à rede de TV CBS News, o CEO da Pfizer Albert Bourla comemorou a recomendação feita pelo comitê, apesar de manter a cautela em relação à autorização que ainda deve ser feita pela agência.

"Estamos satisfeitos com a forte maioria dos votos e, se a FDA emitir uma autorização, estamos prontos para levar esta vacina às pessoas nos Estados Unidos em um esforço para ajudar a combater esta pandemia devastadora", disse Bourla.

Até agora, apenas três países aprovaram o uso da vacina da Pfizer: Reino Unido, Canadá e Bahrein.

Nos Estados Unidos, um alerta acompanhará a vacina, anunciou Marion Gruber, da FDA: Não será recomendada para pessoas com alergia a algum de seus ingredientes.

O membro do comitê Paul Offit enfatizou a necessidade de tranquilizar as dezenas de milhões de pessoas alérgicas a ovos ou amendoim.

Eficácia é de 95%

A FDA já havia confirmado no início da semana que a vacina experimental para a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana apresentou eficácia de 95% após a segunda dose, de acordo com os resultados da fase 3 dos testes clínicos.

Em uma análise preliminar divulgada, a FDA ressaltou que as companhias forneceram informações adequadas para "garantir a qualidade e consistência da vacina para a autorização do produto nos EUA".

A agência também confirmou que o imunizante funcionou independentemente da idade, peso ou raça do voluntário. A Pfizer a BioNTech pediram a autorização para uso emergencial do produto nos EUA no dia 20 de novembro.

Mais de 3 mil mortos em 24 horas

A recomendação para o uso emergencial em território americano ocorre um dia depois de o País registrar 3.034 mortes em decorrência da covid-19 somente nas últimas 24 horas, de acordo com dados compilados pela página de monitoramento da Universidade Johns Hopkins.

Essa seria a primeira vez que os EUA registram mais de 3 mil óbitos em um único dia, segundo informaram as redes de TV americanas CNN e NBC News. A média diária é de 2.230 óbitos desde o início da pandemia.

Até agora, os Estados Unidos são, de longe, o país mais afetado pela pandemia da covid-19 no mundo: foram 15.379.574 casos do novo coronavírus e 289.283 mortes em decorrência da doença. Em seguida, em número de casos, aparecem a Índia (com 9.735.850 casos e 141.360 mortes) e o Brasil (com 6.728.452 casos e 178.995 mortes).

Segundo a CNN, as autoridades locais continuam preocupadas com o número de pacientes de covid-19 internados e a capacidade dos hospitais de encontrar quartos suficientes. Nesta quarta-feira, a Califórnia bateu recordes em casos, hospitalizações e admissões em UTI. O estado possui apenas cerca de 1.500 leitos de UTI disponíveis.

As principais autoridades de saúde do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, traçaram um cronograma no início da semana que prevê distribuir imunizantes contra o novo coronavírus para até 24 milhões de pessoas até meados de janeiro.

Já em meados de março, "a maior parte da população altamente suscetível, cerca de 100 milhões de pessoas" deve ser vacinada, segundo adiantou Moncef Slaoui, o principal conselheiro científico da Operação Warp Speed —programa de desenvolvimento de vacinas do governo Trump.

* Com informações da AFP

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado na primeira versão deste texto, o comitê recomendou a FDA (Food and Drug Administration) o uso emergencial da vacina da Pfizer, mas isso não significa que a autorização é feita imediatamente. A informação foi corrigida.