Topo

Esse conteúdo é antigo

Após briga entre Bolsonaro e Doria, CoronaVac entra em plano de vacinação

João Doria e Jair Bolsonaro frente a frente - Reprodução/Redes Sociais e Marcos Corrêa/PR
João Doria e Jair Bolsonaro frente a frente Imagem: Reprodução/Redes Sociais e Marcos Corrêa/PR

Lucas Borges Teixeira e Luciana Amaral

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

12/12/2020 17h10Atualizada em 12/12/2020 18h16

A inclusão da CoronaVac, vacina produzida pela chinesa Sinovac, pelo Ministério da Saúde no plano nacional de imunização contra a covid-19, entregue na tarde deste sábado (12) ao STF (Supremo Tribunal Federal), é mais um capítulo da disputa pública entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador paulista João Doria (PSDB).

O imunizante da Sinovac é uma das 13 vacinas na fase 3 de testes - a última, que avalia segurança e eficácia - que têm "previsão de aquisição pelo Ministério da Saúde", segundo o documento. Nenhuma delas tem ainda a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Esta é a segunda vez que o governo mostra oficialmente a intenção de adquirir a CoronaVac - na primeira, em outubro, Bolsonaro acabou desautorizando publicamente o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre a intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. "O povo brasileiro não será "cobaia", disse o presidente, que chamou a CoronaVac de "vacina chinesa de João Doria".

O governador paulista tem respondido com cobranças públicas frequentes ao presidente. Após divulgar o plano estadual de vacinação para São Paulo, no início deste mês, Doria afirmou que Bolsonaro "abandonou o Brasil" e cobrou atitudes por parte do governo federal.

A divulgação do plano, com reserva de 4 milhões de doses para outros ente federativos, gerou um alvoroço entre estados e municípios. Ao todo, 11 estados e mais de 900 municípios, segundo Doria, decidiram não esperar pelo plano nacional e procuraram o governo paulista para declarar intenção de compra da CoronaVac

Nesta semana, em uma reunião do ministério com os governadores, Pazuello e Doria discutiram sobre a incorporação da vacina ao plano nacional. Agora, ela aparece como uma das cotadas.

Falta aprovação da Anvisa

Assim como as outras citadas, a CoronaVac não tem a aprovação da Anvisa para a distribuição no país. De acordo com o Instituto Butantan, os resultados da fase 3, que mostram segurança e eficácia do imunizante, deverão ser entregues à agência até a próxima terça (15).

A partir dai, a Anvisa tem até 30 dias (15 de janeiro) para dar uma resposta sobre o imunizante. A expectativa do governo paulista é que ela seja aprovada - tanto que já marcou o início da imunização para o dia 25 de janeiro e começou a produzir as doses em São Paulo.