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OMS diz que mutação do coronavírus não é mais letal que a anterior

Do UOL, em São Paulo

21/12/2020 13h50Atualizada em 21/12/2020 18h58

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus declarou nesta segunda-feira (21) que a mutação da covid-19 é esperada, mas que a organização está trabalhando em conjunto com os países para entender de que maneira essas modificações afetam a população. Tedros disse ainda que a vacinação não pode ser usada como desculpa para que todos deixem de tomar cuidados e que a mutação do coronavírus não é considerada como mais letal que a anterior.

"Este ano foi muito difícil para todos nós, mas para os profissionais de saúde, foi muito mais difícil. Neste momento do ano em que muita gente está comemorando, o maior presente que líderes e população podem dar aos profissionais é ter cuidado", disse Tedros, complementando que o vírus é capaz de infectar todas as faixas de idade e por isso é preciso reforçar o distanciamento social.

O diretor-geral da OMS também alertou que agora é o momento para transformar o compromisso político em ação. "As vacinas nos trazem esperança, mas o nacionalismo das vacinas priva as populações mais pobres dessas ferramentas que salvam vidas".

Transmissão internacional

A transmissão do vírus segue ocorrendo por meio de partículas de saliva, sendo necessário continuar com o uso de máscaras e higiene constante das mãos, de acordo com a epidemiologista da OMS, Maria Van Kerkhove.

"Em termos da transmissão internacional, sabemos que países estão fazendo sequenciamentos e alguns estão relatando casos únicos dessas variação. Esses dados estão sendo colocados em nossa plataforma", esclareceu. Até o momento, casos da nova cepa do coronavírus foram registrados no Reino Unido, Islândia, Itália, Holanda e Dinamarca, segundo Van Kerkhove.

A cientista indiana Soumya Swaminathan, participante da coletiva da OMS, disse que o foco de todos deve ser voltado para a redução das transmissões do vírus, "porque quanto mais vírus estiverem em circulação, maior a possibilidade de variantes".

Os estudos sobre a nova cepa do coronavírus estão em estágios iniciais, mas o epidemiologista Mike Ryan, da OMS, disse que "a mensagem agora é positiva" sobre o mapeamento e identificação do vírus, principalmente por países como Reino Unido e Árica do Sul.

Nova cepa do coronavírus

A nova mutação do coronavírus seria 70% mais transmissível que a anterior, segundo um levantamento preliminar elaborado por autoridades britânicas e confirmados pela OMS. A organização internacional de saúde reforçou que os levantamentos são iniciais, mas que as novas configurações do vírus estão sendo estudadas por cientistas de diversos países.

Com a mudança, houve um aumento na velocidade de transmissão do vírus em até 0,4%. Cerca de 60% dos casos recentes detectados no Reino Unido foram gerados pelo vírus modificado. Para evitar que a nova cepa circule, países como a França, Itália, Áustria, Bélgica, Alemanha, Irlanda e Portugal suspenderam voos e conexões de trem com o Reino Unido. No Brasil, os voos internacionais vindos do país ainda não foram suspensos.