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Covid: Fiocruz diz à Anvisa que pedirá uso emergencial de vacina até sexta

Tubo de ensaio rotulado como de vacina para Covid-19 à frente de logo da AstraZeneca em foto de ilustração -
Tubo de ensaio rotulado como de vacina para Covid-19 à frente de logo da AstraZeneca em foto de ilustração

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

04/01/2021 15h41Atualizada em 04/01/2021 19h17

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) informou hoje (4) à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que pedirá autorização para uso emergencial da vacina contra o novo coronavírus até sexta-feira (8). Segundo o UOL apurou, o aviso foi feito por diretores da fundação em reunião com técnicos da Anvisa que cuidam dos protocolos de vacinação.

O uso emergencial permite aplicação de doses em grupos de risco. Oficialmente, além de pedir o uso emergencial até sexta, a fundação comunicou que deve solicitar o registro definitivo (para uso em larga escala) no dia 15 de janeiro. No país, nenhum laboratório fez pedido à Anvisa para começar a vacinação até a tarde desta segunda-feira.

A reunião teve participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, diretores da fundação e técnicos da Anvisa. No encontro, técnicos da agência reguladora pediram que a Fiocruz prove que a vacina importada da Índia é semelhante àquela aplicada no Reino Unido.

No sábado (2), a Anvisa informou que foi aprovado o pedido para que a Fiocruz importe da Índia 2 milhões de doses já prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. Mas para que sejam aplicadas, além de provar que são semelhantes às do Reino Unido, é necessário também a autorização para uso emergencial.

Após a reunião, a Anvisa divulgou nota em que informou que foram discutidos com a Fiocruz pontos do protocolo para pedir o uso emergencial das doses da vacina Covid-19, que serão importadas do Serum Institute of India. Essa análise é necessária para identificar, por exemplo, a resposta imune, desenvolvimento de anticorpos específicos, e reações alérgicas, informou em nota.

Segundo a Anvisa, a previsão é que após o pedido de uso emergencial, em até dez dias o corpo técnico se manifeste pelo uso ou não do fármaco.

No mundo, 47 países começaram a aplicar doses. O governo federal ainda não apresentou uma data oficial para o início da vacinação. O Brasil tem 196 mil mortos em decorrência do novo coronavírus e soma 7,7 milhões de infectados. Os dados foram divulgados ontem (3), pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

No estado de São Paulo, a promessa do governador João Doria (PSDB) é que a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac comece a ser aplicada em 25 de janeiro. No entanto, não foi feito pedido à Anvisa para aplicação. Segundo o secretário de Saúde do estado, entre hoje e amanhã (5), deve ser feito o pedido para uso emergencial e registro definitivo.