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Análise da CoronaVac usa intervalo de 14 dias entre doses, diz Butantan

ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

06/01/2021 15h54

Em meio à discussão na comunidade médica sobre aumentar o intervalo de aplicação de doses de vacinas contra a covid-19, o Instituto Butantan pontua que os estudos da CoronaVac levam em consideração um intervalo mínimo de duas semanas.

Um dos membros do Centro de Contingência em São Paulo disse ao UOL que, somente depois de conhecer a eficácia da vacina após a primeira dose, é possível pensar em discutir um intervalo maior entre as duas etapas de vacinação. A expectativa é que a taxa de eficácia seja divulgada amanhã, após dois adiamentos.

Ontem, a OMS (Organização Mundial de Saúde) abriu uma brecha para que a vacina da Pfizer seja aplicada com um intervalo de seis semanas em alguns casos. No Reino Unido, estuda-se aplicar o imunizante feito pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca com um intervalo mais espaçado, de até três meses. Alemanha e Dinamarca também estudam a opção de um intervalo maior.

A lógica é que, com o período maior entre as duas doses, mais pessoas poderão começar a ser imunizadas mais cedo.

No caso da vacina de Oxford, a proposta surgiu após estudos apontarem que a taxa de eficácia após a primeira dose é de 70%. A princípio, a segunda dose deve ser aplicada após, no mínimo, 21 dias. Já a Pfizer não recomenda o intervalo maior que três semanas entre as doses por ainda não haver dados suficientes sobre os efeitos.

"Esquema completo"

Em nota, o Butantan disse que "a pesquisa clínica de fase 3 [da CoronaVac] usou a aplicação de duas doses da vacina, com intervalo mínimo de 14 dias entre uma e outra". "Sendo assim, a análise primária dos resultados do estudo é realizada com base no esquema vacinal completo com duas doses", diz o texto.

Consultados pelo UOL nesta semana, membros do Centro de Contingência disseram que a possibilidade de espaçar as doses só será discutida depois que o Butantan receber os resultados do estudo da fase três da CoronaVac. Eles dizem que, por enquanto, a ideia de espaçar as doses não foi analisada.

Plano de vacinação

O plano de vacinação em São Paulo está previsto para começar em 25 de janeiro. Mas, para que essa data seja mantida, é preciso que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) libere a CoronaVac. O pedido de uso do imunizante na agência federal deve ser feito na quinta-feira (7).

O plano paulista prevê que a segunda dose será aplicada 21 dias depois da primeira. Membros do Centro de Contingência dizem que esses dias a mais são em razão de um "intervalo de segurança".