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Governo prepara MP sobre vacinação; Pazuello fará pronunciamento hoje na TV

Pazuello discursa sobre Programa Nacional de Imunização - EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Pazuello discursa sobre Programa Nacional de Imunização Imagem: EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Kelli Kadanus, Luciana Amaral e Guilherme Mazieiro

Colaboração para o UOL, em Brasília e do Uol, em Brasília

06/01/2021 19h04Atualizada em 06/01/2021 23h51

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, fará hoje, às 21h, um pronunciamento oficial em rede nacional de rádio e televisão para falar de uma medida provisória (MP) a ser editada pelo governo sobre a vacinação contra a covid-19.

O texto deve ficar pronto entre hoje e amanhã, com possibilidade de evento no Palácio do Planalto para sua edição. A pasta ainda não deu detalhes sobre o teor da medida provisória.

O discurso do ministro hoje, inicialmente anunciado pelo governo para as 20h30, deve durar três minutos.

As conversas para a elaboração da MP passam pela Presidência da República, Casa Civil e Secretaria-Geral da Presidência, além dos ministérios da Saúde, da Economia e das Comunicações.

Embora tenha sido discutido na reunião ministerial de hoje pela manhã, o assunto está sendo tratado de maneira reservada e, até o início da tarde, não havia sido debatido detalhadamente com líderes do governo no Parlamento.

Ontem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniu com o ministro da Saúde. O encontro, que aconteceu no ministério, inicialmente não estava na agenda oficial do mandatário, mas foi incluído horas antes de acontecer e durou cerca de uma hora e meia.

O tema do encontro foi a atualização dos cenários detalhados a respeito do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19, apresentado em dezembro, incluindo informações sobre aquisição de seringas, agulhas e vacinas.

Hoje de manhã, Bolsonaro disse numa rede social que o Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringas "até que os preços voltem à normalidade".

Segundo o presidente, os estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, "já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande".

Vacinação no Brasil segue sem cronograma

Apesar de o governo federal ter apresentado em dezembro o plano nacional de imunização, não há uma data certa para se iniciar a vacinação no país.

O secretário-executivo, Élcio Franco, já falou que o ministério planeja, "na melhor das hipóteses", começar a vacinação em 20 de janeiro. Segundo ele, o prazo mais longo seria a partir de 10 de fevereiro.

Ao ser cobrada sobre um cronograma, a pasta costuma defender ser necessário que os fabricantes dos imunizantes obtenham o registro das vacinas na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial ou regular a fim de que se tenha uma ideia mais clara. Pedidos para esses registros ainda não foram feitos.

Há uma expectativa que a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) faça à Anvisa o pedido de uso emergencial da vacina elaborada pela Universidade de Oxford em conjunto com a empresa farmacêutica AstraZeneca até a próxima sexta-feira (8).

O Instituto Butantan informou hoje que apresentará amanhã os resultados de eficácia da vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Um dia após apresentar oficialmente o plano nacional em dezembro, Bolsonaro editou uma medida provisória que destinou R$ 20 bilhões à viabilização do documento. O dinheiro deverá ser destinado à compra de vacinas contra a covid-19, a insumos como seringas e agulhas, à campanha de vacinação e à logística necessária.

Por ser uma MP, a medida tem força de lei e o já dinheiro pode ser usado. No entanto, precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado em 120 dias para não perder a validade.

O Brasil voltou a registrar mais de mil mortes por dia pela covid-19 nesta terça-feira (5). Ontem foram 1.186 mortes. Com isso, o total chegou a 197.777 óbitos desde o início da pandemia. Os infectados somam 7,8 milhões. Os dados foram divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

Em torno de 50 países estão com a vacinação contra a covid-19 em andamento.