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Com atraso para buscar vacinas na Índia, imunização deve começar dia 21

Jonas Donizette (PSB) diz que Ministério da Saúde informou aos prefeitos a previsão de vacinar 5 milhões com primeiro lote - Luiz Granzotto/Divulgação prefeitura de Campinas
Jonas Donizette (PSB) diz que Ministério da Saúde informou aos prefeitos a previsão de vacinar 5 milhões com primeiro lote Imagem: Luiz Granzotto/Divulgação prefeitura de Campinas

Do UOL, em São Paulo

14/01/2021 14h36Atualizada em 14/01/2021 18h21

A vacinação no Brasil, prometida para o dia 20 de janeiro, deve ser adiada como resultado do atraso no voo da Azul, que buscaria na Índia dois milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford contra o novo coronavírus. A informação é do presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizette (PSB).

"O ministro da Saúde [general Eduardo Pazuello], deu a data de 20 de janeiro para início da vacinação, mas condicionado à aprovação das vacinas AstraZeneca e CoronaVac, além da questão de logística do voo. Quando terminou a reunião, fui informado sobre o atraso no voo que sairia hoje. [Por isso], a data para início da vacinação deve ir do dia 20 para o dia 21 em todo o Brasil", afirmou Donizette em entrevista à GloboNews.

Ainda segundo o presidente, o fim da vacinação no Brasil pode ser em novembro. "Temos um plano que diz que, possivelmente, vá até novembro a vacinação". Ele ressaltou que crianças não serão vacinadas: "Elas têm uma imunidade natural, a incidência da doença em crianças é quase nula".

Donizette também reforçou que todos os municípios brasileiros devem iniciar a vacinação ao mesmo tempo e que as doses serão distribuídas de acordo com a proporção populacional. Estados com maior dificuldade —como o Amazonas, onde falta oxigênio —não terão preferência.

"Como nesse momento temos demanda, achamos que o correto é tratar de forma igual todo o Brasil", disse Donizette. "Será proibida a compra de vacina por setores privados ou prefeituras", acrescentou.

Nesta primeira fase, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, afirmou que 5 milhões de brasileiros devem ser vacinados. "As prefeituras fizeram sua lição de casa, comprando seringas e agulhas. Nenhum prefeito demonstrou dificuldade nesse sentido", comentou Donizette. "Mas o ministério da Saúde comprou 30 milhões de insumos em estoque regulador. Eles poderão ser usados se um município tiver falta de seringa ou agulha ou se precisarem de reposição".

Em São Paulo, apesar da data já anunciada de 25 janeiro para começar a vacinação com a CoronaVac, o governo estadual também prevê antecipar a campanha para o mesmo mesmo dia do governo federal (para dia 20 ou 21 de janeiro). A previsão do governo paulista é distribuir primeiro para os grandes centros (como Grande São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto) e depois, de forma progressiva, incluindo as cidades menores.

Os prefeitos também solicitaram ao ministério da Saúde uma campanha de conscientização para estimular a vacinação. "Foi um pedido nosso porque a vacinação no Brasil não será compulsória. O caminho é pelo convencimento", defendeu Donizette. "Nada do que estamos falando vai funcionar se as pessoas não tomarem a vacina. Tenho uma boa expectativa de que o governo vai cumprir o seu papel".

Suspensão do feriado de Carnaval

Na reunião virtual com o ministério da Saúde, o prefeito de Guarulhos (SP), Guti (PSD), sugeriu que o feriado de Carnaval fosse cancelado nacionalmente. "A sugestão, para evitar aglomerações, foi muito bem acolhida pelos técnicos do ministério da Saúde. Ainda não houve nenhuma decisão", ressaltou Donizette.

Na contramão, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), sancionou ontem uma lei que determina a criação de um segundo carnaval anual — agora em julho — e insere o evento no calendário oficial do estado.

O texto lei nº 9.174, de autoria do deputado estadual Dionísio Lins (PP-RJ), foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro hoje e institui o "CARNARIO - Carnaval fora de época", que deverá ser realizado anualmente.

De acordo com o que diz a lei, o evento tem como finalidade "a estimulação do turismo, lazer e principalmente, o aquecimento da economia com a criação de postos de empregos e venda de produtos e serviços".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do publicado na primeira versão, Jonas Donizette não é mais prefeito de Campinas (SP). A informação foi corrigida.