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SP: Capital regride, e seis regiões vão para a fase vermelha a partir de 2ª

Leonardo Martins, Rafael Bragança e Allan Brito

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL

22/01/2021 13h04

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou hoje que a região da Grande São Paulo, que integra a capital, vai regredir para a fase laranja do Plano São Paulo, a segunda mais restritiva. Outras seis regiões passarão da fase laranja para a fase vermelha, a mais restritiva, em que só atividades essenciais podem funcionar.

Essas novas medidas e protocolos passam a valer a partir de segunda-feira (25).

O governo também determinou que todo o Estado de São Paulo ficará em fase vermelha todos os dias, das 20h às 6h, a partir de segunda-feira (25). Além disso, a fase vermelha valerá também para todo o estado, nos finais de semana e feriados, a partir do próximo final de semana, nos dias 30 e 31. A determinação vale inicialmente apenas por dois finais de semana, até 7 de fevereiro.

Essas ações visam conter as aglomerações em bares e restaurantes, principalmente os que funcionam como lazer noturno, período em que o Centro de Contingência ao Coronavírus considera o de maior risco de contágio da covid-19.

Segundo a nova atualização do Plano São Paulo, Bauru, Franca, Presidente Prudente, Sorocaba e Taubaté passam da laranja para a vermelha. Já Barretos vai direto da amarela para a vermelha, se unindo a Marília, que já estava na fase mais restritiva.

Araraquara, São João da Boa Vista, Campinas, Grande São Paulo e Baixada Santista passam da fase amarela para a laranja, que prevê o fechamento de bares para atendimento presencial e funcionamento de restaurantes apenas até as 20h, com capacidade reduzida.

22.jan.2021 - Atualização do Plano SP - Divulgação/Governo de SP - Divulgação/Governo de SP
Mapa do Plano SP divulgado hoje pelo Governo de São Paulo
Imagem: Divulgação/Governo de SP

Desta forma, dez regiões do estado ficaram na fase laranja, representando 78% da população. Outras sete estão na vermelha e abrigam 22% dos habitantes paulistas.

"Até que tenhamos a maioria dos brasileiros vacinados, a interrupção do ciclo do vírus precisa de medidas para conter a propagação", disse Doria.

"Respeitamos opiniões contrárias, empresários que atuam em SP em todos setores, compreendemos as preocupações, mas peço que compreendam que sem vida não há economia. Sem existência não há processo econômico que sobreviva. Precisamos cuidar das pessoas e garantir que estejam vivas para que possam ir a bares, shoppings, parques, áreas de lazer e outras tantas áreas. É nosso dever, pela ciência e pelo campo humanitário, defender vidas", afirmou o governador.

O governo paulista disse que agora não fará novas reclassificações do Plano São Paulo até 8 de fevereiro.

Hospital de campanha reativado

Doria também anunciou que reativará o hospital de campanha de Heliópolis, na capital, com 24 leitos de UTI para a covid-19, além da abertura de mais 756 leitos voltados para pacientes com covid-19. A previsão é que a unidade de saúde de Heliópolis comece a operar no dia 25 de fevereiro.

Segundo o governador, a medida foi tomada para "enfrentar a segunda onda da pandemia."

"Estamos abrindo 756 novos leitos de UTI em São Paulo e reativando hospital de campanha de Heliópolis para enfrentar a segunda onda da pandemia em São Paulo, especialmente na Região Metropolitana. Serão abertos 450 novos leitos de enfermarias e 306 de UTI em hospitais do estado de São Paulo", disse Doria.

Outra medida anunciada foi a suspensão de cirurgias eletivas.

Reclassificações seguidas e piora da pandemia

A terceira atualização do Plano São Paulo em duas semanas, algo inédito desde o início da pandemia, foi motivada pela piora principalmente nos índices de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria no estado. Na capital, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou nesta semana que algumas unidades já tinham atingido 100% de ocupação, e precisaram transferir pacientes a outros hospitais para liberar leitos.

Quando o governo estadual anunciou a primeira reclassificação do ano, no dia 8 de janeiro, a intenção era fazer uma nova atualização apenas em 5 de fevereiro. A conta pelas aglomerações das festas de fim de ano, porém, começou a vir mais cedo. Já no início do ano, a gestão de Doria se preparava para um novo pico da pandemia, previsto para anteontem (20).

Ainda dois dias antes, na segunda-feira (18), Gorinchteyn disse que a segunda semana do ano havia sido a pior no estado desde o início da pandemia. O estado registrou um novo pico de média diária de novos diagnósticos de covid-19, com 11.300 casos confirmados.

Desta forma, ficou claro que as duas reclassificações do Plano São Paulo feitas neste ano ainda não foram suficientes para conter o avanço da pandemia. Atualmente, o estado tem 71,1% dos seus leitos de UTI para a covid-19 ocupados, enquanto o índice registrado na região da Grande São Paulo é de 71,6%.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado em uma versão inicial do texto, no dia 25 de janeiro a capital paulista ficará na fase vermelha a partir das 20h, e não durante todo o feriado. A informação foi corrigida.