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Doria diz que reunião com China amanhã deve definir insumos para CoronaVac

Lucas Borges Teixeira, Rafael Bragança e Allan Brito

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL

25/01/2021 13h54

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou hoje que terá uma reunião virtual amanhã com a Embaixada da China para tentar definir a questão da chegada dos insumos para a produção da CoronaVac. Por conta da falta de matéria-prima, o Instituto Butantan está há mais de uma semana sem produzir novas doses da vacina contra a covid-19, resultado de uma parceria com o laboratório chinês Sinovac.

"Tudo indica que será uma reunião conclusiva. Até 11h da manhã teremos posições finais. Dada a importância de que com esses insumos poderemos produzir mais vacinas", explicou o governador paulista hoje, durante um evento pró-vacinação com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Michel Temer (MDB) e José Sarney (MDB).

Temer, que participou virtualmente, disse que conversou com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, hoje e está otimista para a liberação dos insumos da China, que também é fornecedora da matéria-prima da outra vacina contra a covid-19 a ser produzida no Brasil, o imunizante da AstraZeneca/Oxford.

"Falei com o embaixador da China no Brasil e nessa conversa a notícia é de que os insumos estão sendo condicionados a uma pequena questão técnica da China, mas virão para o Brasil, tanto para a Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz, que produzirá a vacina de Oxford] quanto para o Butantan", disse Temer.

Falta de matéria-prima

Após fornecer 6 milhões de doses iniciais da CoronaVac ao Ministério da Saúde para começar a vacinação contra a covid-19, o Butantan começou na última sexta-feira (22) a distribuição de mais 4,1 milhões de doses que tiveram o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a aplicação.

No entanto, a instituição paulista aguarda há semanas a chegada de mais matéria-prima para produzir, envasar e rotular outros 11 milhões de doses. A produção da CoronaVac na fábrica do Butantan parou no domingo passado (17). Com isso, há risco de faltarem doses para serem distribuídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização), o que poderia levar à paralisação da vacinação no país.

Além da CoronaVac, o governo federal conta apenas com a vacina de Oxford, que também sofre com o atraso da chegada de insumos da China. A Fiocruz tinha a previsão de entregar o primeiro milhão de doses produzidas no Brasil no início de março caso a matéria-prima chegasse até o último fim de semana. Agora, esse prazo deve se estender para meados de março.

Enquanto isso, o imunizante da Oxford/AstraZeneca está sendo distribuído desde anteontem no país graças aos 2 milhões de doses que chegaram da Índia, após atraso no cronograma inicial. A previsão do governo federal era de que um avião tivesse partido do Recife para buscar as primeira doses no último dia 15.