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Queda de energia em hospital no Rio põe em risco 720 doses da CoronaVac

Os frascos da CoronaVac, como determina a bula, precisam ser conservados sob temperatura de 2ºC a 8ºC - Reprodução/TV Globo
Os frascos da CoronaVac, como determina a bula, precisam ser conservados sob temperatura de 2ºC a 8ºC Imagem: Reprodução/TV Globo

Anaís Motta

Do UOL, em São Paulo

28/01/2021 22h36Atualizada em 29/01/2021 16h20

Uma queda de energia no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na zona norte do Rio de Janeiro, pode ter comprometido cerca de 720 doses da vacina CoronaVac, a primeira contra a covid-19 a ser distribuída e aplicada no Brasil. Os frascos do imunizante precisam ser conservados sob temperatura de 2ºC a 8ºC, mas estavam armazenados em uma ala do hospital que não era coberta por geradores, segundo o jornal O Globo.

O problema aconteceu no último domingo (24), mas veio à tona após a exoneração do diretor da instituição, Edson Joaquim de Santana, assinada pelo ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e publicada ontem no DOU (Diário Oficial da União). Ainda não se sabe, porém, se a demissão foi motivada pelo caso.

Procurada pelo UOL, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse ter sido informada pelo HFB sobre o ocorrido, sem especificar a data, e, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, recolheu e armazenou o lote de vacinas em câmara fria. Um relatório técnico foi enviado à Secretaria Estadual, que acionou o PNI (Programa Nacional de Imunizações).

Já a Superintendência do Ministério da Saúde no Rio (SEMS-RJ) informou ter sido notificada pelo HFB na quarta-feira (27), três dias depois da queda de energia, e, "assim que tomou conhecimento dos fatos", determinou a investigação do caso.

O UOL também procurou o Ministério da Saúde para questionar se a exoneração de Santana, que estava no cargo há apenas quatro meses, tem alguma relação com a queda de energia no hospital, mas não teve resposta.

Referência em serviços de média e alta complexidade, o HFB foi atingido por um incêndio há três meses, em 27 de outubro de 2020. O fogo chegou às instalações onde funcionam a emergência, as enfermarias, o CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e equipamentos de raio-x, com uma espessa fumaça negra dificultando o trabalho das equipes de resgate.

Três pessoas morreram durante as tentativas de transferência. Pelo menos outras cinco mortes foram registradas nos dias seguintes, mas o Ministério da Saúde diz não ser possível ligá-las ao incêndio, uma vez que se tratavam de pacientes em estado muito grave.

As causas ainda estão sendo investigadas pela Polícia Federal.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)