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Sem detalhar, Bolsonaro diz que Marcos Pontes investirá em vacina nacional

Do UOL, em São Paulo

28/01/2021 20h16Atualizada em 28/01/2021 20h48

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje, sem entrar em detalhes, que o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, quer investir no desenvolvimento de uma vacina nacional contra a covid-19. Segundo Bolsonaro, o país vai precisar aprender a "conviver" com a doença e, neste contexto, um imunizante brasileiro seria uma ferramenta importante.

"Ele [Pontes] tem uma equipe excepcional no seu ministério e queria dar o prosseguimento à feitura de uma vacina brasileira", disse o presidente durante sua live semanal. "O brasileiro é muito criativo, ele trabalha... Temos um ministério excepcional, onde nós buscamos atender todas as áreas da sociedade. Agora falta dinheiro."

A ideia de atribuir ao ministério de Pontes a tarefa de desenvolver uma "vacina brasileira" já havia sido anunciada pelo vice-líder do governo no Congresso, senador Jorginho Mello (PL-SC), na semana passada. A declaração foi feita em meio às críticas ao governo pela dificuldade em importar os insumos necessários para a produção de vacinas já existentes.

Apontado por Bolsonaro como "um cara diferenciado", Marcos Pontes já disse contar com a ajuda de um time de cientistas reunidos na "Rede Vírus MCTI" para desenvolver a "vacina brasileira". Em recente entrevista a O Estado de S. Paulo, ele afirmou que 15 protocolos já foram criados e três modelos estariam "a ponto de bala" para a fase clínica de testes, em voluntários humanos.

O que falta para esses projetos avançarem, entretanto, é uma verba de aproximadamente R$ 390 milhões.

As três vacinas em estágio mais avançado, de acordo com Pontes, são produzidas em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e com a USP (Universidade de São Paulo). Com tecnologias diferentes, elas ainda estão prestes a iniciarem os testes da fase 3, e a previsão do ministro é que estejam disponíveis no último trimestre deste ano, caso consiga o dinheiro necessário.

"Isso [produzir uma vacina nacional] é algo de sobrevivência, talvez até de soberania, não sei. Insumo de vacina e farmacêutico é algo que dependemos muito do exterior, então a orientação da Rede Vírus foi a de fazermos uma vacina que fôssemos independentes", explicou.

O Instituto Butantan e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), responsáveis pelas vacinas CoronaVac e AstraZeneca/Oxford, dependem do envio do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), vindo da China, para produzir imunizantes no Brasil. O país iniciou a vacinação no último dia 17, mas, sem a matéria-prima necessária para fabricar mais doses, a previsão é de que a campanha seja interrompida após a primeira leva.

(Com Estadão Conteúdo)