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Pelo 19º dia seguido, Brasil tem média de mortes por covid-19 acima de mil

Brasil se aproxima da marca de 9,6 milhões de casos confirmados de covid-19 - Tarso Sarraf/Estadão Conteúdo
Brasil se aproxima da marca de 9,6 milhões de casos confirmados de covid-19 Imagem: Tarso Sarraf/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/02/2021 19h21Atualizada em 08/02/2021 20h35

Pelo 19º dia consecutivo, o Brasil apresentou média de mortes por covid-19 superior a mil. Com o registro de 687 novos óbitos causados pela doença de ontem para hoje, o país chegou a uma média de 1.015 vítimas nos últimos sete dias. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados das secretarias estaduais de saúde.

Isso não indica quando as mortes de fato ocorreram, mas, sim, a data em que passaram a constar dos balanços oficiais.

Trata-se do segundo período mais longo com média de mortes por covid-19 acima de mil em toda a pandemia no Brasil. A maior sequência ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste intervalo, houve o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.

Em 29 e 30 de janeiro, o Brasil apresentou as maiores médias de mortes por covid-19 dos últimos seis meses: 1.068 e 1.071, respectivamente.

A variação na comparação com 14 dias atrás é de -4%, o que indica estabilidade, ainda que em números muito altos. Entre as regiões, quatro seguiram a mesma tendência, Centro-Oeste (-2%), Nordeste (5%), Norte (-2%), Sudeste (-3%), e o Sul teve queda (-18%),

Dos estados, sete indicaram alta na média de mortes e oito tiveram queda. Os demais estados e o Distrito Federal também se mantiveram estáveis.

O total de mortes no país chegou a 232.248 desde o começo da pandemia. Nas últimas 24 horas, houve 28.061 diagnósticos positivos para o novo coronavírus, elevando o total de infectados para 9.550.301.

O Brasil superou a marca dos 3,7 milhões de vacinados contra a doença. No total, 3.783.228 pessoas já receberam a primeira dose, segundo informações fornecidas pelas secretarias de saúde. Outras 33.723 já receberam a segunda.

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: queda (-27%)

  • Minas Gerais: estável (7%)

  • Rio de Janeiro: queda (-16%)

  • São Paulo: estável (4%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (24%)

  • Amazonas: estável (-13%)

  • Amapá: queda (-19%)

  • Pará: aceleração (54%)

  • Rondônia: estável (7%)

  • Roraima: aceleração (100%)

  • Tocantins: aceleração (40%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (0%)

  • Bahia: aceleração (22%)

  • Ceará: estável (-3%)

  • Maranhão: aceleração (97%)

  • Paraíba: estável (0%)

  • Pernambuco: estável (-10%)

  • Piauí: aceleração (27%)

  • Rio Grande do Norte: queda (-28%)

  • Sergipe: queda (-32%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estável (1%)

  • Goiás: estável (6%)

  • Mato Grosso: estável (5%)

  • Mato Grosso do Sul: queda (-22%)

Região Sul

  • Paraná: estável (-14%)

  • Rio Grande do Sul: queda (-20%)

  • Santa Catarina: queda (-17%)

Dados da Saúde

O Ministério da Saúde divulgou hoje que o Brasil registrou 636 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. O total de óbitos causados pela doença chegou a 232.170 desde o início da pandemia.

De ontem para hoje, houve 23.439 novos casos de covid-19 no Brasil. Desde o começo da pandemia, o número de infectados subiu para 9.548.079 em todo o país.

De acordo com o governo federal, 8.447.645 pessoas se recuperaram da doença, com outras 868.264 em acompanhamento.

TCU dá 10 dias para Manaus dizer se foi pressionada a usar cloroquina

A Secretaria de Saúde de Manaus tem dez dias para responder se foi pressionada pelo Ministério da Saúde a tratar pacientes da covid-19 com hidroxicloroquina e ivermectina. A ordem foi dada pelo ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Benjamin Zymler, em um despacho assinado na última sexta-feira (5).

O documento tomou como base um pedido do Ministério Público, formulado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que solicita uma medida cautelar para que o Ministério da Saúde se abstenha de incentivar o uso de medicamentos que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), são ineficazes no tratamento de pacientes da covid-19.

"Caso confirmada essa atuação do MS, solicita a apuração da responsabilidade dos envolvidos e a aplicação das sanções cabíveis diante do exercício das atribuições inerentes aos cargos em desencontro das finalidades a que se destinam os atos", solicita um dos trechos do documento.

O pedido usa como base notícias divulgadas pela imprensa. Uma delas relata que o Ministério da Saúde teria pressionado a Secretaria de Saúde de Manaus, no Amazonas, a utilizar de maneira precoce medicações para o tratamento da doença. Entre as medicações estaria o antibiótico azitromicina e a hidroxicloroquina.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.