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AM tem novo dia de caos com filas paralelas por leitos e suspensão de doses

Pacientes são atendidos em hospital móvel em rio na altura de Oriximina, fronteira do Pará com o Amazonas - Tarso Sarraf/AFP
Pacientes são atendidos em hospital móvel em rio na altura de Oriximina, fronteira do Pará com o Amazonas Imagem: Tarso Sarraf/AFP

Do UOL, em São Paulo*

10/02/2021 23h05

O caos sanitário que toma conta do Amazonas também virou tumulto nas filas por leitos de UTI: uma delas é organizada pelo estado, enquanto outra fila é de pacientes que conseguiram liminar na Justiça para atendimento imediato. A Justiça do Amazonas deu o prazo de dois dias para que todos os casos sejam reunidos em uma única fila.

A mesma determinação judicial demanda que os governos estadual e federal comprovem a adoção de medidas para lidar com o desabastecimento de oxigênio na região.

Ainda tratando de prazos, foram dadas 24 horas para que o governo do Amazonas e o Ministério da Saúde disponibilizem leitos de UTI para pacientes com covid-19, incluindo a transferência para outros estados, que deve ser bancada pela União.

O governo do estado, porém, afirma que, nos últimos doze dias, o número de pessoas que aguardam remoção de um leito de menor complexidade para um de maior complexidade reduziu em 40,6%. A própria Secretaria de Estado de Saúde relaciona a redução, justamente, ao plano de abertura de novos leitos.

Enquanto o vírus circula, potencializado pelas transferências de pacientes, o Brasil reduziu o número de exames de sequenciamento genético do vírus, que ajudam a identificar novas variantes.

Uma das cepas que vem provocando o aumento de notificações é justamente uma variante originada no Amazonas, que apresenta maior taxa de transmissão e levou diversas nações a não aceitarem visitantes brasileiros ou que passaram pelo país.

Saúde alega tratamento prioritário

O Ministério da Saúde sinaliza entender que o Amazonas demanda tratamento prioritário e afirmou que pretende acelerar a vacinação no estado. Já as Defensorias Públicas do Amazonas (DPE-AM) e da União (DPU) cobram pela disposição de mais vacinas para Manaus e outras sete cidades.

Os defensores públicos alegam que a distribuição de doses de acordo com o quantitativo populacional "deixa de levar em conta a situação epidemiológica causada pela pandemia em cada município".

Paralelamente, o governo de São Paulo suspendeu o envio imediato de 50 mil doses extras da CoronaVac ao Amazonas por "falta de planejamento e controle" da imunização no estado. O governador paulista João Doria (PSDB) afirmou que aguarda o cronograma estadual de vacinação para liberar as doses.

A vacinação entre os amazonenses foi suspensa por dois dias em janeiro, por recomendação de órgãos de controle, após denúncias de 'fura-fila na imunização.

Mas quem precisa da vacina, tem pressa: o país chegou hoje a 21 dias seguidos de média de mortes acima de mil. Segundo levantamento do consórcio dos veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, os últimos sete dias apontam média de 1.050 óbitos diários.

* Com informações de agências