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'É importante saber que temos uma luz no fim do túnel', diz vice da Fiocruz

Do UOL, em São Paulo

22/02/2021 14h33Atualizada em 22/02/2021 18h56

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Marco Aurélio Krieger, disse que a produção da vacina contra a covid-19 é importante porque ela representa "uma luz no fim do túnel". Krieger participou hoje do UOL Entrevista, conduzido por Diogo Schelp, colunista do UOL, e pelo repórter Lucas Borges Teixeira.

"É muito importante a gente saber que temos uma luz no fim do túnel, que a gente saiba que a vacina é mais uma ferramenta no enfrentamento da pandemia", disse ele.

O Brasil é um dos países com mais casos, então precisamos utilizar outras ferramentas como a higienização das mãos e o uso de máscara, mas a situação dramática que temos hoje deve diminuir porque estamos num momento que o Brasil vai ter um grande número de pessoas vacinadas.
Marco Aurélio Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz

Amanhã, chegam ao Brasil 2 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzidas no Brasil pela Fiocruz. A remessa será enviada pelo Instituto Serum, da Índia. Até o fim da semana, a Fundação ainda recebe dois lotes do IFA para a produção de 12 milhões de doses da vacina contra a covid-19.

Em seu cronograma, a Fiocruz prevê entregar ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) 15 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca até o fim de março e aumentar o ritmo de produção a partir de abril.

Tenho certeza que em abril, maio, junho, estaremos com esses números próximos, finalizando muito próximos de 100 milhões de doses distribuídas e mais de 70 milhões de doses vacinadas, só com esta vacina. Lembrando que tem muitas outras iniciativas importantes também.

'Produção é mais importante do que compra de vacinas'

O vice da Fiocruz alertou que mais importante do que a compra de vacinas é a necessidade de produção feita por completo no Brasil.

Se a gente hoje quiser comprar mais vacina, não vai conseguir. Os números que estão sendo ofertados em vários acordos são muito menores que a capacidade que vai ser disponibilizada por Fiocruz e Butantan. É o momento de pensarmos na produção estratégica de alguns insumos porque vimos a competição global em todos os momentos da pandemia.

Krieger também projetou que, a partir de abril, a Fiocruz deve iniciar o processo de nacionalização da vacina. Ontem, a fundação divulgou que deve entrar em acordo pela transferência tecnológica para produção do IFA no Brasil até março.

Esse sempre foi o nosso objetivo. Incorporando ao máximo a tecnologia de produção, a gente espera ainda no primeiro semestre ter a produção 100% nacional. Estamos muito confiantes. O início é mais delicado, temos que fazer com todo o cuidado, porque estamos oferecendo um produto que tem que ter um selo de qualidade muito grande.

O IFA é o ingrediente farmacêutico ativo que permite a produção da vacina contra a covid-19. Atualmente, a Fiocruz importa o ingrediente para a produção da vacina Oxford/AstraZeneca, que tem 82,4% de eficácia após a aplicação da segunda dose, se mantido o intervalo indicado pela farmacêutica.

A partir do momento em que a transferência de tecnologia for feita, ainda há um rigoroso processo de controle de qualidade.

Essa situação em que estamos atualmente, em que o mundo todo está, é um problema global.