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Com fila em UTIs, BA suspenderá atividades não essenciais no fim de semana

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), em foto compartilhada nas redes sociais - Reprodução/Facebook
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), em foto compartilhada nas redes sociais Imagem: Reprodução/Facebook

Alexandre Santos

Colaboração para o UOL, em Salvador

25/02/2021 14h38Atualizada em 25/02/2021 17h38

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou hoje que decretará a suspensão de todas as atividades não essenciais durante este fim de semana no estado. A medida, que valerá entre as 17h de sexta (26) e as 5h de segunda (1º), foi tomada diante da explosão de pacientes com covid-19 à espera de vagas em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) - cuja taxa de ocupação atingiu pela primeira vez o patamar de 83% desde o início da pandemia.

"É o pior momento da pandemia", disse Rui Costa.

"Apesar de toda ampliação de leitos que fizemos e continuaremos a fazer, cresce o número de pacientes internados. E nós, conjuntamente [com prefeitos], decidimos fechar as atividades não essenciais. As medidas são urgentes para diminuir a aceleração do crescimento de casos", declarou o governador, ao justificar que a restrição valerá simultaneamente ao toque de recolher atualmente em vigor em 381 municípios — à exceção da região oeste.

Segundo Rui Costa, nos dias de restrição, não será permitido o funcionamento de bares, restaurantes (estão autorizadas entregas por delivery até a 0h), shoppings, nem comércio de rua. Qualquer estabelecimento, incluindo supermercados e lojas de conveniência, ficará proibido de vender bebida alcoólica.

Também estão vedadas atividades coletivas, o que inclui a prática de esportes.

A circulação de ônibus não será afetada, já que os coletivos poderão operar dentro do horário já estabelecido no decreto de toque de recolher.

O governador comunicou o endurecimento das medidas restritivas contra o novo coronavírus em uma coletiva virtual com a participação do prefeito da capital, Bruno Reis (DEM).

Não é lockdown, diz governador

Rui Costa esclareceu que não se trata de um lockdown — modelo mais rígido da quarentena, com bloqueio total de atividades econômicas. "A diferença para o lockdown é que, no lockdown, de fato, até a venda de alimentos é suspensa, e a pessoa é proibida de sair até uma distância 'x' metros de sua casa. Isso não será feito", explicou.

De acordo com o chefe do Executivo estadual, caso a pressão na rede pública não diminua até o início da próxima semana, a proibição poderá ser estendida para os demais dias. "Estamos recepcionando na rede pública muitos pacientes que têm plano de saúde que não estão conseguindo vaga nos hospitais privados. Eu diria que hoje a situação é muito próxima do colapso, inclusive de leitos privados", afirmou Rui Costa.

O governador disse ainda que determinará, também por meio de decreto, a suspensão de cirurgias eletivas não emergenciais nos hospitais privados. Assim, afirma, será possível abrir mais leitos para pacientes acometidos por síndrome respiratória aguda grave.

Até o início da tarde de hoje, 195 pessoas estavam na fila de regulação aguardando transferência para leitos de UTI.

De acordo com dados da Sesab (Secretaria Estadual de Saúde) atualizados até as 14h, 922 pessoas estão em tratamento em leitos para casos graves de covid-19.

Esse é o maior número de pacientes com coronavírus internados desde o início da pandemia. No pico da crise sanitária, em 2 de agosto do ano passado, o total chegou a 857 doentes. Já as UTIs pediátricas registram 61% de ocupação.

Fechamento valerá entre os seguintes horários:

- Comércio de rua: 17h de sexta-feira às 5h de segunda-feira

- Bares e restaurantes: 18h de sexta-feira às 5h de segunda-feira

- Shoppings e centros comerciais: 20h de sexta-feira às 5h de segunda-feira