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Superlotado, hospital referência em covid em MS não aceitará mais pacientes

HU está com 200% de lotação na área em que atende os pacientes em estado crítico - Divulgação
HU está com 200% de lotação na área em que atende os pacientes em estado crítico Imagem: Divulgação

Daniel César

Colaboração para o UOL, em Pereira Barreto (SP)

01/03/2021 14h13

O HU (Hospital Universitário), ligado à UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) de Campo Grande, decidiu que não irá receber novos pacientes no PAM (Pronto Atendimento Municipal) adulto da área vermelha. A decisão foi tomada hoje por conta do colapso de leitos UTI-covid que a unidade vem enfrentando.

O hospital é referência no tratamento de covid-19 no estado e é o principal da capital para receber pacientes de outros pacientes de Mato Grosso do Sul, mas está atualmente com uma ocupação de 200% em seu setor destinado a casos graves.

Segundo a assessoria de imprensa, o PAM do HU é dividido em três áreas: a vermelha, com pacientes em estado crítico, que tem seis vagas; a amarela, para doentes que precisam de alguns cuidados, com oito vagas; e a verde, para pacientes em situação mais tranquila, com três vagas.

Mas apesar do número de vagas, a área vermelha conta atualmente com 12 internados, isto é, o dobro da capacidade.

"A gente tirou cama de outros setores do Hospital para levar pra lá. A gente tem espaço físico, mas a gente depende do contrato do estado e do município, que paga por seis vagas e não temos como atender outros pacientes", explica Rafael Tadashi Abe de Lima, assessor do HU.

Segundo o assessor, a ala amarela está com 100% da taxa de ocupação e a verde, com 400%. Apesar do número alto, ele diz que esses dois índices são menos preocupantes por causa da rotatividade, já que não são destinados a casos graves.

Questionado sobre como resolver o problema, Tadashi explica. "É difícil porque quando a regulação envia um paciente zero, somos obrigados a atender, mesmo sem vagas e é isso que vem sendo feito todos os dias." Paciente zero, segundo o assessor, é o que está gravíssimo, perto de morrer.

Tadashi afirmou ainda que o colapso da rede em Campo Grande não é apenas por casos graves na cidade. "O problema é que cidades do interior não têm nenhuma estrutura, e pacientes precisam ser enviados para a capital. Recebemos muitos casos assim."

O UOL tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde para verificar a questão da regulação de envio de pacientes, mas não obteve retorno.

A intenção do Hospital é comunicar diretamente à central de regulação quando a ocupação diminuir. Não há prazo para que o PAM do HU volte a receber pacientes.

O colapso do Hospital Universitário é mais uma amostra do momento delicado que Campo Grande enfrenta no combate ao coronavírus. A cidade está com 93% dos leitos UTI-covid ocupados, conforme o UOL noticiou ontem.