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'Parece que só morre de covid', diz Bolsonaro em semana de recordes

Do UOL, em São Paulo

04/03/2021 20h41Atualizada em 04/03/2021 22h50

Pela terceira vez no dia, Bolsonaro minimizou a gravidade da pandemia de covid-19. Em sua live semanal, o presidente disse lamentar as mortes, mas afirmou: "Parece que só morre de covid no Brasil", em nova crítica ao endurecimento de medidas de isolamento social.

"Eu lamento qualquer morte, agora parece que só morre de covid no Brasil. Outras pessoas estão morrendo por outras doenças porque ficam em casa com medo, pavor", disse. "O vírus do pavor foi inoculado nessas pessoas, mas tudo bem", completou.

Desde o começo da pandemia, a covid-19 causou a morte de 261.188 pessoas no Brasil. Dos cinco dias com maior número de óbitos, quatro foram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 3 de março de 2021 - 1.840
  • 4 de março de 2021 - 1.786
  • 2 de março de 2021 - 1.726
  • 25 de fevereiro de 2021 - 1.582
  • 29 de julho de 2020 - 1.554

Mais cedo, em discurso na inauguração de um trecho da Ferrovia Norte-Sul, em São Simão, em Goiás, Bolsonaro chamou as determinações de fechamento de atividades não essenciais de "frescura" e "mimimi".

Em passagem rápida por Uberlândia, em Minas Gerais, o presidente também ironizou pedidos pela compra de mais vacinas. "Tem idiota que a gente vê nas mídias sociais, na imprensa, [dizendo] 'vai comprar vacina'. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo", disse.

Crítica à vacina da Pfizer

Bolsonaro também voltou a criticar o contrato exigido pela farmacêutica Pfizer para a venda de vacinas contra a covid-19. "Barra pesada, né?", disse o presidente, em referência à cláusula de responsabilidade.

"A Pfizer é bem clara em seu contrato: 'não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral'. A barra é pesada né? Quem vai se responsabilizar se der um problema?", questionou Bolsonaro.

O imunizante contra covid-19 desenvolvido pela Pfizer em parceria com a BioNTech foi o primeiro a ser aprovado no mundo. Ele é usado em diversos países, entre eles no Reino Unido, nos Estados Unidos, em Israel, no Chile e em quase toda a União Europeia. Até hoje, não foram registradas ocorrências graves decorrentes da vacinação.

Ontem, o governo brasileiro oficializou a intenção de compra de 138 milhões de doses das vacinas da Pfizer (100 milhões) e da Janssen (38 milhões), para o combate à pandemia da covid-19. O documento publicado no Diário Oficial da União prevê a dispensa de licitação na compra, ou seja, ela será feita diretamente com as empresas.