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SP vai abrir 280 leitos de emergência para covid-19 em 11 unidades de saúde

Rodrigo Félix Leal/ANPr
Imagem: Rodrigo Félix Leal/ANPr

Lucas Borges Teixeira, Rafael Bragança e Allan Brito

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em São Paulo

08/03/2021 12h54Atualizada em 09/03/2021 12h47

Em meio a sucessivas altas na ocupação de UTI (unidade de terapia intensiva), o governo de São Paulo anunciou a criação de 280 leitos de emergência para covid-19 até o fim do mês no estado. Considerados novos hospitais de campanha, estes leitos serão instalados em 11 unidades de saúde na capital, no litoral e no interior.

Diferente dos hospitais de campanha do ano passado, com triagem e enfermaria, o objetivo do governo agora é desafogar as UTIs, que atingiram ocupação de 80% ontem. O estado vai usar estruturas já existentes, como fez com o hospital de campanha em Heliópolis, na zona sul da capital, que funciona no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Barradas. A expectativa é que as novas unidades fiquem prontas entre os dias 20 e 31 de março.

Ao todo, serão 140 leitos de UTI e 140 de enfermaria. Eles serão espalhados em unidades por todo o estado:

  • AME de Andradina (região de Araçatuba)
  • AME de Botucatu
  • AME de Barretos
  • AME de Campinas
  • AME de Itapetininga (região de Sorocaba)
  • AME de Ourinhos (região de Marília)
  • AME de Santo André (Grande São Paulo)
  • AME de Santos (Baixada Santista)
  • AME de Tupã (região de Marília)
  • Hospital São José (zona norte da capital)
  • Unidade da Rede Lucy Montoro, em Fernandópolis (região de São José do Rio Preto)

Atualmente, o estado já opera quatro hospitais de campanha nestes moldes. Além do AME Barratas, na zona sul da capital, os leitos de emergência estão também nos AMEs de Franca, Bauru e Bebedouro, na região de Ribeirão Preto.

Três regiões mais perto do colapso

O objetivo do governo de São Paulo é tentar interromper a alta na ocupação de leitos em todo o estado. De acordo com a Secretaria de Saúde, há três regiões com indisponibilidade acima dos 90% e estão praticamente colapsadas: Araraquara (93,9%), Bauru (96%) e Presidente Prudente (94%).

"Temos 8.427 pacientes internados em UTI [hoje] e tínhamos, na nona semana [da pandemia], em julho do ano passado, 6.250. Temos 34,8% [a mais] do que tínhamos no ápice da primeira onda", alertou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorintcheyn, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda (8).

O estado já havia anunciado a abertura de 500 novos leitos de UTI na semana passada. Segundo Gorintcheyn, mais unidades deverão ser anunciadas na coletiva na próxima quarta (10).

Fase vermelha

Além do aumento de leitos, o governo também colocou o estado todo na fase vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva, por duas semanas desde o último sábado (6). Em meio a uma longa homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, o governador João Doria (PSDB), em uma bancada com 14 pessoas, voltou a fazer apelos para que a população evite sair.

"A ciência já demonstrou, principalmente fora do Brasil, que ações restritivas produziram queda de infecções, ocupação de leitos e reduziram óbitos", afirmou Doria.

Segundo o governo, mais de 200 eventos de médio e grande porte foram dispersados no fim de semana. Aglomerações são proibidas em todos os estágios do Plano SP.

A única maneira de fazermos com que circulação do vírus caia é diminuindo circulação de pessoas. Temos vacinas sendo aplicadas em poucos grupos. Enquanto não temos mais, essas medidas são garantias de que podemos dar assistência a todos.
Jean Gorintcheyn, secretário de Saúde de São Paulo