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Entidades médicas: Lockdown é medida extrema, mas de efetividade comprovada

Entidades médicas ressaltam que o lockdown deve ser somente em algumas situações críticas  - iStock
Entidades médicas ressaltam que o lockdown deve ser somente em algumas situações críticas Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

09/03/2021 11h38

A SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e a AMB (Associação Médica Brasileira) divulgaram ontem uma nota conjunta em que afirmam que o Brasil vive o pior e mais preocupante momento da pandemia do novo coronavírus. Em média 1.540 pessoas morreram de covid-19 no Brasil por dia nesta semana, o maior número de toda a pandemia.

No comunicado, as entidades falam ainda sobre as medidas de proibição de atividades consideradas não essenciais e adoção de lockdown no momento de agravamento da situação e analisam que medidas restritivas de distanciamento social são indicadas para conter a velocidade de propagação do vírus.

A SBI e a AMB destacam que países como Estados Unidos, Israel e Reino Unido já apontaram para a solução: "a adoção das medidas de prevenção por toda a população, em conjunto com a vacinação em massa da população". No entanto, elas questionam o que fazer se a vacinação no Brasil está lenta — até ontem ao menos uma dose de vacina foi aplicada em 8.497.929 de brasileiros, correspondente a 4,01% da população do país.

As entidades apontam que as medidas de distanciamento social são indicadas e devem ser proporcionais à realidade epidemiológica de cada local, podendo chegar ao lockdown, quanto mais grave for a carência de leitos e a propagação do vírus.

Trata-se de uma medida extrema, mas de efetividade científica comprovada quando não há outras formas capazes de controlar a transmissão comunitária e reduzir rapidamente o número de novos casos e de óbitos Trecho de nota conjunta da SBI e da AMB

Na avaliação das entidades, "o lockdown deve ser efetuado somente em algumas situações críticas e em alguns locais, e quando se fizer necessário, por um período determinado, com fiscalização rígida e punição a todos que desrespeitarem. É uma medida individualizada, na tentativa de evitar o colapso do sistema de saúde local".

"Os cidadãos que se negam a praticar as medidas preventivas, tais como uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento físico, permanecer em isolamento respiratório domiciliar quando acometidos pela doença e não participar de aglomerações são os grandes responsáveis pelas graves consequências sociais e econômicas que assola o nosso país de maneira contundente", acrescenta o comunicado.

"Nosso papel é agir em defesa de toda e qualquer medida fundamental para a proteção de vidas e, nesse momento, nas cidades e estados que estão próximos ao colapso do sistema de saúde, poucas medidas nos restam, incluindo medidas mais restritivas e rigorosas de distanciamento social, como adoção de toque de recolher e, eventualmente, o lockdown, até que possamos voltar a oferecer leitos hospitalares e atendimento médico digno à nossa população", finaliza o documento divulgado pelas entidades.