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SP: 'Velocidade da pandemia é maior que abertura de leitos', diz secretário

Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo: "Temos que entender que a velocidade da pandemia é muito maior que abertura dos leitos" - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo: 'Temos que entender que a velocidade da pandemia é muito maior que abertura dos leitos' Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

10/03/2021 09h34

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse hoje que o governo trabalha para abrir mais leitos para tratamento de pacientes com covid-19, mas alertou que a velocidade de transmissão do vírus é muito superior a da abertura de novas vagas.

Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo, ele disse que no dia 22 de fevereiro 6.410 pessoas estavam internadas em UTIs (unidades de terapia intensiva) — hoje já são 8.972.

"Temos que entender que a velocidade da pandemia é muito maior que abertura dos leitos (...) Por mais que se aumentem UTIs, se criem hospitais — e estamos fazendo isso - a velocidade é absolutamente alta", alertou.

Gorinchteyn disse que as autoridades trabalham para que todos tenham assistência médica, mas pediu que a população colabore e respeite as medidas de restrição impostas. Desde o último sábado (6), o estado está na fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo, que permite apenas o funcionamento de serviços essenciais.

Estamos dando leitos, nos preocupando com insumos para continuar a assistência, mas precisamos da colaboração das pessoas, já estamos gritando isso há três semanas e avisando: existe risco de termos sobrecarga súbita do sistema de saúde Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde de SP

Questionado sobre a possibilidade de o governo adotar medidas ainda mais restritivas para conter a pandemia, o secretário disse que avalia junto com o centro de contingência qual é a melhor ação a ser tomada neste momento. "Estaremos definindo ao longo do dia e anunciando nas próximas horas quais serão e se terão medidas mais enérgicas", adiantou.

O secretário falou ainda sobre a situação de Taboão da Serra, cidade da Grande São Paulo, onde foram registradas onze mortes de pacientes à espera de um leito de UTI. Segundo ele, todos os pacientes estavam sendo atendidos com respiradores e medicamentos. "Esses pacientes não estavam desassistidos, isso deve ficar muito claro. O que eles precisavam era de uma unidade com mais complexidade e estavam no aguardo. Alguns deles não tinham condições clínicas de transferência. Outros, porém, aguardavam esse transporte, a vaga."

Segundo ele, hoje o estado de São Paulo registra 82% da taxa de ocupação em leitos de UTI e 82,8% de ocupação na Grande São Paulo. Ele explicou que os dados são reportados por todas as unidades num censo hospitalar que são aportados até a meia-noite da data anterior e que são informados durante o dia os novos aportes. "Ao longo do dia, nós temos admissões, temos altas e temos mortes. Então esse número vai flutuando."