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Queiroga: 'Política é do governo Bolsonaro, não do ministro da Saúde'

Marcelo Queiroga substitui Eduardo Pazuello no comando do ministério da Saúde - EFE/Joédson Alves
Marcelo Queiroga substitui Eduardo Pazuello no comando do ministério da Saúde Imagem: EFE/Joédson Alves

Colaboração para o UOL, no Rio

16/03/2021 10h25Atualizada em 16/03/2021 18h11

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou hoje pela primeira com a imprensa desde que foi anunciado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como o novo titular da pasta. Em rápida entrevista com os jornalistas ao chegar para uma reunião com o ministro Eduardo Pazuello em Brasília, o cardiologista fez questão de dizer que a política de saúde durante a pandemia do coronavírus "é do governo Bolsonaro" e não do ministro da Saúde. Ele também evitou comentar a gestão de Pazuello na pasta.

"A política é do governo Bolsonaro, a política não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do governo", defendeu. Ele também chamou a atenção dos jornalistas, em tom ameno, pela aglomeração ao redor dele.

O médico disse que foi convidado pelo presidente para dar continuidade ao que vem sendo feito por Pazuello na pasta. Ele ainda aproveitou para fazer um elogio à imprensa, dizendo que os profissionais da comunicação levam "informações de qualidade à população".

"Fui convocado pelo presidente Bolsonaro para dar continuidade a esse trabalho e conseguirmos vencer essa crise na saúde pública brasileira, que não é só da saúde pública brasileira. É um problema mundial. E a imprensa é muito importante, porque a imprensa leva informações de qualidade à população", disse, pedindo uma "união nacional para vencer o vírus".

Queiroga não quis opinar sobre a gestão Pazuello. "Não tenho avaliação da gestão Pazuello. Eu vim aqui para trabalhar pelo Brasil com os generais e ministros. O presidente está muito preocupado com a situação e em buscar as soluções. Não há vara de condão para resolver isso", afirmou.

Questionado sobre o que pensava a respeito da adoção do lockdown na pandemia, afirmou que só comentaria o assunto após a reunião com Pazuello, mas que sua "opinião sobre o tema é pública". Queiroga já declarou que, para ele, o lockdown "não pode ser política de governo" e só deve ser aplicado em "situações extremas".

Sobre a oficialização da sua nomeação na pasta, o cardiologista disse que aguarda o presidente Bolsonaro.

"Isso depende da questão da publicação dos atos do Diário Oficial da União e das determinações do presidente da República", avisou, pedindo. "Quero o apoio de vocês para que todos juntos vençamos a pandemia da covid-19."

Queiroga é o 4º ministro da Saúde desde o início da pandemia. Pazuello deixa o cargo sob pressão, depois de dez meses no comando da pasta — quatro deles interinamente. Ele assumiu em maio de 2020 após a saída de Nelson Teich, que, por sua vez, havia substituído Luiz Henrique Mandetta — ambos deixaram o cargo por divergência com Bolsonaro em relação à condução do enfrentamento da crise sanitária.

Ontem, pelo 17º dia consecutivo, o Brasil registrou a maior média diária de mortes por covid-19 em toda a pandemia. O país atingiu uma média de 1.855 óbitos causados pela doença diariamente nos últimos sete dias.

O número total de mortes causados pela doença chegou a 279.602 desde o começo da pandemia. Quanto ao total de infectados, são 11.525.477 desde o começo da pandemia

O levantamento é do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do publicado na legenda da foto, o novo ministro da Saúde é Marcelo Queiroga, e não Maurício Queiroga. A informação foi corrigida.