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Após dados represados, país bate recorde com 3.600 mortes pela covid em 24h

Gilvan Marques, Douglas Porto e Ricardo Espina

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em São Paulo

26/03/2021 20h00Atualizada em 26/03/2021 22h28

O Brasil registrou hoje um novo recorde de mortes em decorrência da covid-19: 3.600 em 24 horas. A média móvel de óbitos também registrou seu maior número desde o início da pandemia, com 2.400 mortos nos últimos sete dias.

O aumento de mortes verificado em alguns estados — São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Santa Catarina — entre ontem e hoje se deve a um represamento de dados que ocorreu nesta semana, após uma mudança no registro de óbitos feita pelo Ministério da Saúde, que depois voltou atrás.

"Embora as mudanças tenham sido anuladas neste mesmo dia (24), desde ontem os dados ainda estão impactados pela medida", disse o governo de São Paulo, que registrou hoje 1.193 mortes em 24 horas — um recorde no estado.

A maior marca de mortes no país até esta sexta-feira havia sido registrada na terça — 3.158 óbitos. Na mesma data, a média móvel foi de 2.349 mortos.

Ao todo, o país contabiliza 307.326 mortes desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas foram confirmados 82.558 diagnósticos positivos. Com isso, o Brasil chega a 12.407.323 casos de infecção de covid-19, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

Apenas a região Norte está estável na média de mortes, com 4% de variação na comparação com 14 dias atrás. Todos as outras regiões apresentam aceleração: Nordeste (22%), Centro-Oeste (56%), Sudeste (46%) e Sul (20%). Dezenove estados mais o Distrito Federal, apresentam alta no índice. Dois estados estão em queda e cinco estão estáveis.

O Brasil em números

Na primeira onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
  • Maior período com média acima de mil: 31 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)

Na segunda onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 3.600 (26/3)
  • Maior média móvel de óbitos: 2.400 (26/3)
  • Maior período com média acima de mil: 65 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 15.640 (de 14/3 a 20/3)

As 31 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 31 dias. As dez mais altas são as seguintes:

  • 26 de março - 2.400
  • 23 de março - 2.349
  • 22 de março - 2.298
  • 24 de março - 2.279
  • 25 de março - 2.276
  • 21 de março - 2.255
  • 20 de março - 2.234
  • 19 de março - 2.178
  • 18 de março - 2.096
  • 17 de março - 2.031

Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos dez dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 25 de março - 3.600
  • 23 de março - 3.158
  • 16 de março - 2.798
  • 17 de março - 2.736
  • 19 de março - 2.730

Oito estados reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de vítimas apenas nestes estados chega a 2.866:

  • São Paulo - 1.193
  • Rio Grande do Sul - 408
  • Minas Gerais - 316
  • Santa Catarina - 210
  • Goiás - 200
  • Rio de Janeiro - 195
  • Paraná - 189
  • Bahia - 155

Dados do governo

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 3.650 novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. Em boletim divulgado nesta sexta-feira (26), a pasta informou que o país soma 307.112 óbitos desde o início da pandemia.

De ontem para hoje, houve 84.245 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país, de acordo com dados do governo. Desde o começo da pandemia, o total de infectados chegou a 12.404.414.

Segundo a pasta, 10.824.095 pessoas se recuperaram da doença, enquanto outras 1.273.207 estão em acompanhamento.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (98%)

  • Minas Gerais: aceleração (17%)

  • Rio de Janeiro: aceleração (56%)

  • São Paulo: aceleração (53%)

Região Norte

  • Acre: estabilidade (-11%)

  • Amazonas: queda (-36%)

  • Amapá: aceleração (75%)

  • Pará: estabilidade (13%)

  • Rondônia: aceleração (20%)

  • Roraima: queda (-38%)

  • Tocantins: aceleração (63%)

Região Nordeste

  • Alagoas: aceleração (34%)

  • Bahia: aceleração (26%)

  • Ceará: estabilidade (-7%)

  • Maranhão: estabilidade (2%)

  • Paraíba: aceleração (20%)

  • Pernambuco: aceleração (48%)

  • Piauí: aceleração (18%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (68%)

  • Sergipe: aceleração (70%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (140%)

  • Goiás: aceleração (26%)

  • Mato Grosso: aceleração (66%)

  • Mato Grosso do Sul: aceleração (75%)

Região Sul

  • Paraná: estabilidade (12%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (22%)

  • Santa Catarina: aceleração (30%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.