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Covid: Mortes em SP devem continuar altas por uma semana, diz Gabbardo

João Gabbardo fala em número elevado de mortes provocadas pelo novo coronavírus até metade de abril - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
João Gabbardo fala em número elevado de mortes provocadas pelo novo coronavírus até metade de abril Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Colaboração para o UOL

07/04/2021 12h56Atualizada em 07/04/2021 13h29

O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbrardo, disse hoje que as mortes provocadas pela covid-19 no estado devem continuar altas por mais uma semana. Ele afirmou também que o estado está passando por um "movimento inverso" no número de casos e mortes provocadas pela doença, havendo uma diminuição da velocidade de novas internações nas unidades de saúde.

"A expectativa que temos é que vamos continuar ainda com um número de óbitos elevado, talvez até metade de abril, para depois termos uma redução, consequente da redução que estamos temos hoje no número de casos", defendeu, em entrevista à CNN.

De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, ontem, São Paulo bateu um novo recorde de vítimas fatais da covid-19. Foram 1.389 mortes em 24 horas, um crescimento de 1,8% entre segunda (4) e terça-feira (5).

Esse número de óbitos é consequência do enorme número de pacientes que estavam internados nas UTIs. Sempre que temos uma expansão no número de pacientes internados, vamos ter logo adiante um número maior de óbitos
João Gabbardo

Mais cedo, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, atribuiu o elevado número de mortes pelo novo coronavírus em São Paulo ao fato da população estar nas ruas sem cumprir as medidas restritivas recomendadas, como evitar aglomerações e usar máscaras.

"Quando você encontra um vírus que tem uma capacidade de transmissão pessoa à pessoa, que nós chamamos de infectividade maior, como é essa cepa nova do Amazonas, que é a mais prevalente, com uma população que não segue os ritos adequados, essa é uma conjunção para uma explosão do número de casos como tivemos", justificou Gorinchteyn, à GloboNews.

Plano São Paulo

Sobre os próximos passos do Plano São Paulo, que atualmente está na fase emergencial, Gabbardo disse que os integrantes do Centro de Contingência vão se reunir amanhã para avaliar os dados da doença na semana. O médico acredita que o governo do estado não irá diminuir as medidas restritivas, passando para a fase laranja.

Estamos vivendo o pior momento da pandemia. Como vamos passar para a população uma mensagem de que estamos fazendo uma flexibilização, de que estamos liberando determinadas atividades, se o momento que temos é o de maior numero de mortes? Então, é incompreensível isso
João Gabbrardo

Por outro lado, Jean Gorinchteyn refutou uma possível adoção de um lockdown. O secretário disse que o fechamento total do estado pode prejudicar trabalhadores informais, além de gerar problemas na distribuição de insumos do combate à doença.

"Temos e precisamos entender que temos uma população muito vulnerável no que tange a sua parte econômica. São trabalhadores informais, que saem para pegar o pão e leite de seus filhos de hoje. Enquanto não tivermos uma proteção social, salário emergencial, essas pessoas vão fazer uma desobediência", defendeu Gorinchteyn.