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CoronaVac: Com relatos de doses a menos, Butantan revisa bula e põe QR Code

Butantan afirma que problema não se dá no envase dos frascos, mas sim na extração das doses - Divulgação/Instituto Butantan
Butantan afirma que problema não se dá no envase dos frascos, mas sim na extração das doses Imagem: Divulgação/Instituto Butantan

Rafael Bragança e Letícia Lázaro

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL*

13/04/2021 17h38

O Instituto Butantan decidiu fazer uma revisão na bula da vacina contra a covid-19 CoronaVac após cidades relatarem que não conseguiram aplicar o mínimo de dez doses por cada frasco do imunizante. A instituição nega que a situação seja causada por problemas no envase, e por isso revisará a bula para adicionar instruções sobre o processo de aplicação, incluindo um QR Code.

Os relatos de municípios que receberam frascos com doses a menos do que o informado pelo Butantan foram feitos já na semana passada em reunião do Cosems-GO (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Goiás). Várias cidades goianas relataram que receberam frascos que renderam entre nove e sete doses da vacina.

Hoje, a Prefeitura de Macapá confirmou ao UOL que os últimos frascos recebidos da CoronaVac também apresentaram número de doses abaixo do informado. Apesar do relato, a Semsa (Secretaria Municipal de Saúde) afirmou que "as ocorrências ainda são isoladas".

Diante dos relatos, o Butantan afirmou em nota que analisou notificações de doses a menos recebidas pela instituição e constatou que todos os casos tinham relação com a "prática incorreta na extração das doses nos serviços de vacinação".

"É importante que os profissionais de saúde estejam capacitados para aspiração correta de cada frasco-ampola, além de usar seringas e agulhas adequadas, para não haver desperdício", afirmou o instituto ligado ao governo paulista.

Com a convicção de que o problema se dá no momento da extração das doses, o Butantan anunciou que fará uma nova versão da bula da vacina para "promover de forma ainda mais clara as informações relacionadas à forma correta de se realizar a aspiração das doses".

Nessa versão revisada da bula, será incluído um QR Code, que quando lido num smarthphone, por exemplo, levará o profissional da saúde a um vídeo que demonstra o procedimento.

Consultado sobre a questão, o Ministério da Saúde disse que orienta estados e municípios a registrarem num formulário técnico quando não é possível extrair o número de doses indicado no rótulo dos imunizantes. A pasta também afirmou que os registros são analisados posteriormente pela Anvisa.

Redução para evitar desperdício

Ainda que não tenha sido apontado como um fator determinante para a ocorrência de problemas quanto à quantidade de doses, os frascos da CoronaVac tiveram o volume de imunizante reduzido há pouco mais de um mês para evitar o desperdício. Antes, eles continham 6,2 ml, e passaram a ter 5,7 ml.

A redução foi solicitada pelo próprio Butantan à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que autorizou a mudança. Com cada dose sendo de 0,5 ml, anteriormente era possível extrair até 12 doses de cada frasco. Isso poderia levar a um desperdício maior, já que, após aberto, o frasco tem que ser inteiramente aplicado no próprio dia.

*Com informações da Agência Brasil