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Guedes se justifica após falar 'vírus chinês' e diz: 'tomei CoronaVac'

O ministro da Economia, Paulo Guedes, justificou fala sobre vacinas - Edu Andrade/Ascom/ME
O ministro da Economia, Paulo Guedes, justificou fala sobre vacinas Imagem: Edu Andrade/Ascom/ME

Colaboração para o UOL

27/04/2021 20h41

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que usou "imagem infeliz" ao falar que o "chinês inventou o vírus" e que a vacina da China é menos efetiva do que a dos norte-americanos. A fala aconteceu em uma reunião do Conselho de Saúde Complementar. Guedes não sabia que o encontro estava sendo gravado e transmitido pelas redes sociais.

Segundo Guedes, a intenção era ressaltar a necessidade do setor privado no auxílio ao combate à pandemia de covid-19. Justificou que, ao dar esse exemplo, quis dizer que quando um vírus atinge "uma economia de mercado forte, como os Estados Unidos", encontra empresas que têm "capacidade de pesquisa" para "produzir resposta", mesmo sem conhecer a doença previamente.

O ministro da Economia disse que é muito grato à China "por terem nos enviado a vacina" e lembrou que foi vacinado justamente com a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. "Então eu não vou falar mal da vacina", disse.

"Fui avisado pelo próprio presidente que o próprio ministro França [Carlos Alberto França, das Relações Exteriores] entraria em contato para tirar o mal entendido", afirmou. Guedes disse não temer repercussão negativa pelas declarações.

Comparações entre vacinas

Mesmo no contexto explicado pelo ministro, especialistas dizem não ser adequada a comparação entre vacinas. Isso porque os testes clínicos são feitos em condições diferentes entre si. Além disso, é importante ressaltar que todas as vacinas em uso no país são importantes no combate à pandemia e, portanto, devem ter seu uso incentivado, independentemente do fabricante.

A CoronaVac foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) após demonstrar taxa de eficácia global superior a 50%, o mínimo exigido. Testes realizados em diferentes países mostraram variações nesse número. Já os imunizantes americanos da Moderna e Pfizer apresentaram taxas superiores a 90% em testes clínicos, mas ainda não estão sendo usadas no Brasil.