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Dia das Mães pode gerar uma nova onda de contágios, alerta epidemiologista

Lotufo relembra que devido às aglomerações nas festas de final de ano, o país teve famílias inteiras sendo internadas - EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO/IMAGEM DE ARQUIVO
Lotufo relembra que devido às aglomerações nas festas de final de ano, o país teve famílias inteiras sendo internadas Imagem: EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO/IMAGEM DE ARQUIVO

Do UOL, em São Paulo

29/04/2021 14h36Atualizada em 29/04/2021 14h39

Assim como o Natal e o Ano Novo, o Dia das Mães pode gerar uma nova onda de contágios por covid-19 no Brasil. A análise foi feita pelo epidemiologista e professor de Medicina da USP, Paulo Lotufo, em entrevista à GloboNews na tarde de hoje.

"Tenho uma preocupação imediata com a próxima semana, quando nós temos o Dia das Mães. O comércio sempre disse que dia das mães é o segundo melhor dia de vendas, depois do Natal. O que aconteceu no Natal foi uma verdadeira catástrofe, tanto por aglomeração em lojas quanto nas casas", declarou o epidemiologista à GloboNews.

Lotufo relembra que devido às aglomerações nas festas de final de ano, o país teve famílias inteiras sendo internadas após se infectarem com o coronavírus.

O médico aconselhou que os filhos façam distanciamento social em 2021 para conseguir "comemorar muito" com as mães no ano de 2022, e alertou que o Brasil — que hoje alcançou a marca de 400 mil mortes pela doença — poderá atingir a marca de 500 mil óbitos em breve.

"Muita gente não seguiu regras de distanciamento em casa, com festas desnecessárias, e nós tivemos aqueles episódios terríveis onde a gente teve o pai, a mãe e a filha internados após as festividades de Natal".

"É preciso reduzir o número de contágios"

Diante do aumento de óbitos e casos da covid-19, Lotufo acredita que só será possível conter a pandemia com vacinação e distanciamento social.

O professor de Medicina da USP falou sobre o agravante do coronavírus não ter uma sazonalidade parecida com outros vírus da influenza, visto que o Brasil atravessa o pico da doença "em pleno verão".

Na perspectiva do epidemiologista, se o Instituto Butantan — que produz a vacina CoronaVac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac —, conseguir produzir um grande volume de vacinas com o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) produzido em território Nacional, há chances de "termo suma condição vacinal grande".

"Mas tem sempre uma questão óbvia que é o contágio. Se nós não conseguirmos conter o contágio, é aquela coisa que a gente fala: a vacina somente funciona em pessoas vivas. Quem morreu não vai ter possibilidade de ser vacinado por ela", explicou na entrevista à GloboNews.