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Doria volta a culpar governo Bolsonaro por atraso na chegada de insumos

João Doria disse que a postura do governo Bolsonaro em relação à China dificulta a liberação de insumos pela China - Sergio Andrade/Governo de São Paulo
João Doria disse que a postura do governo Bolsonaro em relação à China dificulta a liberação de insumos pela China Imagem: Sergio Andrade/Governo de São Paulo

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

12/05/2021 10h31

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse mais uma vez que a postura de integrantes do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à China dificulta a liberação dos insumos da vacina CoronaVac para envio ao Brasil.

Durante a entrega de doses do imunizante na manhã de hoje, no Instituto Butantan, o governador afirmou que a China não libera os insumos por retaliação diplomática após o presidente ter feito críticas à China, falando em "guerra química" e lançando suspeitas sobre o país asiático ter aproveitado a pandemia para crescer economicamente.

"O Butantan é o segundo maior cliente da Sinovac, só perde para o próprio governo da China. Não há nenhuma razão para que a Sinovac não queira fornecer para o seu segundo maior cliente do mundo", disse o governador.

Doria ainda ressaltou que outros países receberam insumos na última semana, ao contrário do Brasil. "No último dia 30, a Indonésia recebeu 6 milhões de doses da vacina CoronaVac. As Filipinas, 1,5 milhão de doses. A Turquia, mais 3 milhões de doses, além de 5 milhões de doses para o Chile. Não há razão que não o desconforto diplomático para que a Sinovac não encaminhe os insumos para produção das vacinas no Brasil", completou.

Por outro lado, Doria ressaltou que o atual ministro das Relações Exteriores, Carlos França, tem se empenhado, junto ao Butantan, para liberar os insumos. Estão "travados" na China 10 mil litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), suficientes para produzir 18 milhões de doses de vacina de uma doença que já matou mais de 420 mil pessoas no país.

O governo de São Paulo também mobilizou o escritório do executivo estadual na China para ajudar na liberação dos compostos. Hoje pela manhã o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, reuniu-se com a embaixada do Brasil na China para ter atualizações sobre os insumos. As informações devem ser divulgadas na coletiva de imprensa marcada para 12h45 no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

A versão do governo federal sobre a história, no entanto, é diferente. O Itamaraty afirma que a China está sobrecarregada com o envio de insumos para outros países além do Brasil, o que estaria causando atraso. A pasta afasta a hipótese das declarações do presidente terem impactado a diplomacia com os chineses.