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SP mantém fase de transição em maio; flexibilização fica para junho

Andreia Martins, Letícia Lázaro e Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

19/05/2021 04h00Atualizada em 19/05/2021 15h19

O governo de São Paulo anunciou a manutenção da fase de transição do Plano São Paulo, de retomada econômica, nas mesmas regras atuais até 31 de maio. A partir de 1º de junho, o estado terá flexibilização do comércio e serviços, com ampliação do horário de funcionamento e capacidade de ocupação. Também haverá um programa para intensificar a testagem por todo o estado.

Atualmente, comércio e serviços podem funcionar até as 21h, com capacidade de ocupação de 30%, e respeitando o chamado toque de recolher entre 21h e 5h. A partir de junho, poderão abrir das 6h às 22h e a ocupação máxima vai para 60%, com toque de recolher entre 22h e 5h. Inicialmente, esta nova etapa deverá durar até 15 de junho.

O anúncio foi feito em coletiva hoje pelo governador João Doria (PSDB). Ele já havia indicado que o estado poderia passar por flexibilizações, mas, com a retomada de alta das internações em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) para covid-19 depois de pouco mais de um mês de queda, o Centro de Contingência se postava contra, como o UOL já havia adiantado. O governo optou pelo meio-termo.

São Paulo anuncia flexibilização da taxa de transição a partir de junho - Reprodução/Governo do Estado de São Paulo - Reprodução/Governo do Estado de São Paulo
São Paulo anuncia flexibilização da taxa de transição a partir de junho
Imagem: Reprodução/Governo do Estado de São Paulo

A pedido do Centro de Contingência, o estado também vai realizar testagem rápida com pessoas sintomáticas em todos os municípios.

Hoje, nós já temos disponível um novo modelo de teste antígeno, que permite que possamos fazer um trabalho de controle maior da pandemia e que é fundamental dado que houve tantos atrasos no cronograma nacional de vacinação.
Patrícia Ellen, secretária estadual de Desenvolvimento Econômico

O Centro de Contingência, formado por 21 médicos, já se reuniu ontem. Para integrantes do comitê ouvidos pelo UOL, já foi flexibilizado o possível na chamada "fase de transição", criada após o período de fases emergencial e vermelha, as mais restritivas. Na quarta etapa, no entanto, ela já está tão ou mais permissiva que a laranja —a segunda fase com mais restrições à época do lançamento do Plano SP, no ano passado.

  • Na primeira etapa, foram liberados igreja e comércio das 11h às 19h;
  • Na segunda, restaurantes, serviços gerais, atividades culturais e academias, também das 11h às 19h;
  • A terceira ampliou o horário do comércio e serviços para entre 6h e 20h;
  • A quarta ampliou para 21h e aumentou a capacidade de ocupação para 30%.

O coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, negou que o estado esteja se aproximado da fase verde da primeira formação do Plano SP, que é a segunda mais permissiva.

Talvez, se eu for dar uma cor, eu diria que é mais parecida com amarelo, no sentido de que temos uma capacidade bastante limitada ainda de ocupação nos estabelecimentos, e um horário máximo de funcionamento até as 22h. Essa é a perspectiva para junho. E, junto com isso, observamos o avanço de melhora de alguns indicadores importantes, especialmente das internações de pessoas idosas, tanto em enfermaria quanto em UTI, e dos óbitos principalmente de pessoas idosas.
Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência

Ocupação de leitos voltou a subir

Nos últimos dias, o estado, registrou um aumento de 79% para 85% de internação em UTIs, segundo a Folha de S. Paulo com dados do SindHosp (sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistas). Os piores indicadores são do interior.

Até ontem, mais da metade das 17 regiões do estado estavam com mais de 90% de lotação de UTI:

  • Araraquara (92,8%),
  • Barretos (96,6%),
  • Bauru (92,7%),
  • Franca (91,2%),
  • Marília (94,7%),
  • Presidente Prudente (92%),
  • Registro (92,6%),
  • São João da Boa Vista (90,4%) e
  • Ribeirão Preto (91%).

Algumas cidades, como Bebedouro e Batatais, têm anunciado medidas próprias de enrijecimento, como Araraquara fez no seu pior momento da pandemia, no fim de fevereiro.

Por todo o estado, você vê números que não batem com a retomada da vida normal, como dizem. Se avaliamos como positivas as quedas proporcionadas pelas fases mais rígidas do Plano SP, não podemos fechar os olhos quando os números voltam a subir.
Médico membro do Centro de Contingência

Na capital, onde os índices estão mais controlados, o secretário municipal de Saúde Edson Aparecido já vê uma nova onda com receio. "Temos tomado medidas, como autorização para compra de respiradores e kit intubação, para caso ela eventualmente venha", afirmou.