Topo

Esse conteúdo é antigo

Butantan terá novo centro de produção para transformar vacinas em pó

Centro de produção do Instituto Butantan, em São Paulo - Amanda Perobelli/Reuters
Centro de produção do Instituto Butantan, em São Paulo Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Colaboração para o UOL

21/05/2021 12h40

O Instituto Butantan deu início ao projeto para a construção do novo Centro Avançado de Produção de Soros e para a criação do futuro Museu da Vacina da instituição. O objetivo é que a fábrica de soros fique pronta em 2023 e tenha a possibilidade de produção industrial completa, em um único lugar, de todos os soros que a instituição disponibiliza contra toxinas de animais peçonhentos e microrganismos.

Em conjunto, a entidade também tem planos de inaugurar o Museu da Vacina, com planejamento de abertura para visitação do público em 2022. No Twitter, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), comemorou o início das obras.

"Mais um investimento importante anunciado pelo Instituto Butantan. Com a nova fábrica, vamos ampliar a capacidade de produção de soros e adotar a tecnologia de liofilização, transformando o imunizante líquido em pó, o que facilitará o transporte para regiões mais remotas do país", publicou o governador na rede social.

De acordo com o governo de São Paulo, o investimento para o projeto do centro de soros é de R$ 34,5 milhões. O local contará com espaço de 6,6 mil m² divididos em cinco pavimentos. Uma grande novidade para a fundação é o liofilizador, equipamento que desidrata os produtos líquidos e os transforma em pó, sem que as propriedades dos soros sejam perdidas mesmo sem refrigeração. Esse sistema permite que o material seja armazenado por mais tempo. A finalização da obra está prevista para 2023.

"O projeto da nova fábrica prevê a inclusão da liofilização no processo produtivo dos soros. Com isso o produto poderá chegar a locais e regiões do país em que a refrigeração é uma dificuldade. Isso fará com que os soros estejam mais acessíveis, principalmente nas regiões mais inóspitas onde, por exemplo, os acidentes com animais peçonhentos são muito comuns", explica Fan Hui Wen, gerente do Núcleo de Produção de Soros.

O Butantan, atualmente, disponibiliza 12 tipos de soros ao sistema público de saúde, a partir de acordos de fornecimento com o Ministério da Saúde. De acordo com o Instituto, a produção desses soros envolve a imunização de cavalos com antígenos produzidos a partir de venenos, toxinas bacterianas ou vírus "a obtenção de diferentes tipos de plasma, que são submetidos a processamento industrial de purificação, formulação e envase, resultando em produtos de alta qualidade, segurança e eficácia", explicou.

Museu da Vacina

O Museu da Vacina da entidade terá exposições interativas, atividades complementares e palestras. Para a restauração dos 309 m² estão sendo investidos R$ 2,6 milhões.

"O objetivo é criar um espaço cultural que instigue o interesse pela ciência e pesquisa através do tema vacinação, além de contar a história e reforçar a importância da imunização no país e no mundo", diz a instituição.

O local onde o museu funcionará foi construído no fim do século 19, e já foi utilizada como sede da Fazenda Butantan na produção de leite bovino distribuído na cidade. Ao longo dos anos o local já passou por diversas transformações e teve várias funções, sendo até mesmo a residência de Vital Brazil, primeiro diretor da organização.

Em 1933, a casa foi transformada em escola rural do Grupo Escolar do Butantan. Mais tarde, foi utilizado como ponto de apoio para áreas técnicas da instituição e segundo a fundação, recentemente, a casa era utilizada pelos laboratórios de Herpetologia, Ecologia e Evolução.

Este será o quinto museu do Butantan, que hoje possui também o de Microbiologia, Biológico, Histórico e de Saúde Pública (Emílio Ribas).

"O Museu da Vacina será um grande marco na trajetória de mais de 120 anos do Butantan, que se consolidou como principal produtor de vacinas e soros da América Latina. Com este novo espaço o Butantan espera contribuir ainda mais para incentivar o conhecimento sobre a importância dos imunizantes para a prevenção de diversas doenças", disse em nota o Instituto.