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Discurso de Queiroga na OMS 'não bate com a realidade', diz Jamil Chade

Do UOL, em São Paulo

24/05/2021 13h19Atualizada em 24/05/2021 13h42

O colunista do UOL Jamil Chade afirmou que o discurso de hoje do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na Assembleia Mundial da OMS (Organização Mundial da Saúde) "não bate com a realidade". A declaração foi dada ao UOL News.

"Na principal reunião da OMS no ano, o discurso é no mínimo questionável, dizendo que o Brasil obteve 90 milhões de doses, vacinou 55 milhões de pessoas e outros elementos num discurso que simplesmente não bate com a realidade", afirmou Chade.

Ele rebate os dados apresentados pelo ministro Queiroga: "São vários elementos complicados no discurso. O consórcio de imprensa, do qual o UOL faz parte, tem uma conta muito diferente: foram 41 milhões de brasileiros vacinados com a 1ª dose e só 20,6 milhões com duas doses".

Em seu discurso, relembra Jamil Chade, o ministro Queiroga ainda diz que o governo faz "firme recomendação" de medidas como o distanciamento social, uso de máscara e isolamento. A fala contrasta com as ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que participou de ato ontem no Rio de Janeiro e criticou governadores que adotam medidas restritivas.

"O discurso foi 24 horas depois de Bolsonaro promover aglomeração. [O ato] teve muita repercussão internacional. O estrangeiro fica sem entender como um país que registra tantas mortes tem um presidente que gera aglomeração que, eventualmente, vai gerar mortes", afirmou o colunista. "Talvez não das pessoas que estavam ali, mas que podem levar o vírus para casa e colaboram para transmissão não acabar".

Não é por acaso que quando Queiroga vai a OMS ninguém acredita. A imagem que prevalece é do presidente com motociclistas e ex-ministro da Saúde."
Jamil Chade, colunista do UOL

"Por esses motivos, a credibilidade do país é duramente afetada. Em outros lugares existe o esforço de lidar com a pandemia na direção mais correta, quando o mundo vê mais de 2 mil mortes por dia acompanhada de imagens como essa, a credibilidade se desfaz e é muito difícil de ser recuperada."