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Variante indiana: Após chegada de infectado, RJ não tem barreira sanitária

Aeroporto Santos Dumont, no Rio - Tomaz Silva/Agência Brasil
Aeroporto Santos Dumont, no Rio Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

26/05/2021 19h47Atualizada em 26/05/2021 20h53

Os dois principais aeroportos e a rodoviária interestadual da cidade do Rio de Janeiro ainda não alteraram os protocolos sanitários para tentar conter o possível ingresso de mais infectados com a variante de covid-19 originária da Índia.

O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, confirmou hoje que um morador de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, desembarcou no sábado (22), no aeroporto de Guarulhos (SP), já infectado com a variante B.1.617.2 —potencialmente mais transmissível— e viajou ao Rio de Janeiro.

O homem de 32 anos chegou à capital fluminense em um voo doméstico, dirigiu até Campos e hospedou-se em dois hotéis. Somente ao chegar na cidade do norte fluminense descobriu que estava infectado —com isso, ele pernoitou em um hotel e voltou à capital.

Questionada se medidas para rastrear, testar e conter a transmissão serão adotadas contra variante no estado, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirmou que "protocolos de barreira sanitária nos portos e aeroportos são estabelecidos pelo Ministério da Saúde, a partir de recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)".

A pasta informou que está está discutindo com a Anvisa a possibilidade de barreira sanitária nos voos domésticos. Dentro do estado, completa a secretaria, cabe às secretarias municipais de Saúde a criação de barreiras sanitárias entre os municípios.

O Aeroporto Internacional Tom Jobim, administrado pela empresa Riogaleão, também informou que adota as medidas determinadas pela Anvisa.

Em nota, a concessionária listou uma série de medidas de prevenção, como disponibilização de álcool em gel e controle de aglomerações, mas não há especificidade de protocolos visando conter a variante indiana do coronavírus.

Procurada, a Anvisa ainda não se manifestou.

A Rodoviária Novo Rio informou que também segue os protocolos previamente estabelecidos, mas que aguarda sinalização das autoridades de saúde para aperfeiçoá-los ou alterá-los, "a exemplo do que está sendo feito em São Paulo" —onde foi anunciada triagem de passageiros vindos do Maranhão em aeroportos, rodoviárias e rodovias de acesso à capital. Na semana passada, o Maranhão confirmou os primeiros casos de contaminados com a variante indiana.

A Infraero não respondeu, até a publicação desta reportagem, se houve mudanças nos protocolos sanitários no Aeroporto Santos Dumont, terminal de voos localizado no centro da capital. Foi lá que o homem infectado pela variante indiana desembarcou de Guarulhos.

A cidade de Campos dos Goytacazes monitora o paciente infectado com a variante indiana, que está isolado em um hotel da capital e sem sintomas.

Medidas funcionam em conjunto, diz infectologista

Durante o UOL Debate de hoje, no Canal UOL, a infectologista Natália Pasternak avaliou que o Brasil falha nos protocolos de prevenção e dedica-se à contenção depois que as cepas já estão circulando, o que é muito difícil em um mundo globalizado.

"As barreiras sanitárias, assim como as vacinas, nenhuma dessas medidas em si é perfeita. Elas funcionam em conjunto", afirmou.