Topo

SP cobra 2,2 mi de doses de vacina da Saúde para poder cumprir cronograma

Frascos rotulados como de vacina da AstraZeneca contra Covid-19 em frente ao logo da empresa - Dado Ruvic/Reuters
Frascos rotulados como de vacina da AstraZeneca contra Covid-19 em frente ao logo da empresa Imagem: Dado Ruvic/Reuters

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

02/09/2021 19h40

O governo de São Paulo, por meio da secretaria de Saúde, encaminhou hoje um ofício ao governo federal cobrando o ministério da Saúde mais de 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca para completar a imunização de segunda dose na população do estado no mês de setembro.

O UOL obteve acesso ao documento direcionado ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a quem o estado faz os seguintes pedidos:

  • Envio de 67 mil doses de vacina AstraZeneca que, segundo o estado de São Paulo, ainda não foram entregues;
  • Envio de 2.285 milhões de doses de AstraZeneca para concluir o esquema vacinal de um público até o dia 20 de setembro de 2021;
  • Envio de 1.270 milhão de doses até a primeira quinzena de outubro;
  • Envio de 465 mil doses até o final de outubro para completar a vacinação de 1.735 milhão de pessoas.

Assinado pelo secretário-executivo da Saúde, Eduardo Ribeiro, o ofício diz que "é imprescindível que o Ministério da Saúde disponibilize em tempo oportuno as quantidades de doses requeridas, em conformidade com o prazo para conclusão dos esquemas vacinais em 12 semanas".

No início do documento, o governo de São Paulo cita o aumento da circulação da variante Delta no estado — chamando atenção para o risco de maior transmissão do vírus pelo aeroporto internacional de Guarulhos e o porto de Santos.

Eduardo Ribeiro também relembra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, que, há 15 dias, ordenou ao governo federal a entrega imediata de vacinas contra a covid-19 ao estado de São Paulo para que a população paulista complete o calendário vacinal.

A reportagem procurou o ministério da Saúde e, caso haja posicionamento, o texto será atualizado.

A incerteza da segunda dose

Recentemente, o ministério da Saúde comunicou que o intervalo entre as duas doses das vacinas AstraZeneca e Pfizer diminuiria de 12 semanas para 8 semanas a partir do dia 15 de setembro.

No entanto, essa diminuição deve impactar ao menos 3 milhões de pessoas que tomaram AstraZeneca. Elas podem ter de atrasar a segunda dose da vacina no mês de setembro pela falta de imunizantes.

Estados da federação têm cobrado o governo federal por novos lotes de vacina para o início da antecipação. A projeção é que 22,2 milhões de pessoas precisarão da segunda imunização ao mesmo tempo, em setembro, ao mesmo tempo em que a Fiocruz, que fabrica a vacina no país, promete entregar à Saúde apenas 18 milhões de doses.