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Após reunião com Pfizer, Anvisa mantém orientação para vacinar adolescentes

Do UOL, em São Paulo

17/09/2021 21h39

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reafirmou hoje que manterá a recomendação de vacinar adolescentes contra a covid-19, após se reunir com a Pfizer.

"Até o momento, os achados apontam para a manutenção da relação benefício versus o risco para todas as vacinas autorizadas no Brasil, ou seja, os benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos", disse o órgão em nota.

O encontro com a fabricante foi feito para tratar da morte de uma adolescente paulista de 16 anos após tomar a vacina.

Nesta tarde, o governo de São Paulo anunciou que a vacinação não é a causa provável do óbito. Entretanto, a Anvisa disse que seguirá investigando. No comunicado, a agência diz que irá a campo nos próximos dias para obter mais informações.

"Mesmo com a divulgação da Nota Informativa pelo Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, que conclui não ser possível atribuir diretamente o óbito à vacinação, a Anvisa participará de ação de campo nos próximos dias, representada por servidor especializado em ações de farmacovigilância e em conjunto com as autoridades locais de saúde para obter mais informações sobre a investigação do evento", declarou.

Segundo a secretaria de Saúde paulista, a jovem sofria de PTT (Púrpura Trombótica Trombocitopênica), uma doença autoimune rara e grave que estaria ligada à morte.

A Anvisa já havia se manifestado ontem sobre a suspensão da vacinação de adolescentes, dizendo que, até o momento, "não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina".

A agência reforçou que o uso do imunizante em adolescentes com 12 anos ou mais está autorizado em outros países, como Austrália, Canadá e Estados Unidos

Ministério da Saúde interrompe vacinação de adolescentes

Na noite de quarta-feira, o Ministério da Saúde suspendeu a vacinação para adolescentes sem comorbidades. Alguns estados já estavam aplicando o imunizante nessa população, enquanto outros previam começar no dia seguinte.

A nova orientação prevê que a vacina só seja aplicada em pessoas entre 12 e 17 anos que tenham "deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade". A decisão estaria embasada nas orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) de não recomendar a imunização desse grupo, pelo número baixo de casos graves e pelos poucos estudos sobre a vacinação nessa faixa etária.

Segundo o ministro Marcelo Queiroga, a vacinação foi interrompida para investigação de eventos adversos, e que não será retomada até que haja evidências científicas "sólidas". O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, afirmou que foram registrados cerca de 1.500 episódios dentre 3,5 milhões de adolescentes já vacinados em todo o país. Desses, a maioria é leve, mas Medeiros citou a morte da jovem paulista como motivo para monitoramento.

O que diz a Pfizer?

Em comunicado divulgado após a fala de Queiroga, a Pfizer reforçou que não há relação causal entre a morte da adolescente e o imunizante e ressaltou que a definição da utilização e disponibilização da vacina no Brasil "é feita com base em critérios de recomendação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).".