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Queiroga mantém discurso após suspeita de morte por vacina ser descartada

Queiroga está em Nova York acompanhando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vai discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
Queiroga está em Nova York acompanhando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vai discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

20/09/2021 13h27Atualizada em 20/09/2021 14h04

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçou hoje seu discurso em defesa da interrupção da vacinação de adolescentes no Brasil, mesmo após o governo de São Paulo ter descartado que a morte de uma jovem tenha sido causada pela vacina. Segundo Queiroga, "as avaliações têm que ser feitas no âmbito do Ministério da Saúde".

Na última semana, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica defendendo que adolescentes sem comorbidades ainda não recebam a vacina contra a covid-19. Na ocasião, o ministro justificou a medida afirmando que haviam ocorrido eventos adversos entre este público.

Hoje, Queiroga voltou a falar nos eventos adversos, mas focou mais no argumento de que o PNI (Programa Nacional de Imunização) deve ser respeitado e a prioridade deve ser a vacinação dos maiores de 18 anos. "Os eventos adversos existem e não são motivo para se suspender campanha de vacinação ou se relativizar os seus benefícios, mas a autoridade sanitária tem que avaliar", disse.

O que ocorre [é que] vacinam de maneira diferente e aí 'ah, tá faltando segunda dose'. Não tá".
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, sobre reclamações por falta de vacinas

Após a divulgação da nota, a maior parte das capitais brasileiras manteve a vacinação de adolescentes com a Pfizer, imunizante que foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso neste público. O governo federal defende que a imunização de adolescentes deve esperar e que foi um dos motivos para a falta de vacinas para aplicação de segundas doses.

Queiroga está em Nova York acompanhando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vai discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

"Estratégia do Brasil foi acertada"

O ministro da Saúde foi questionado sobre se a vacinação poderia ser acelerada no Brasil e respondeu que "às vezes acelerando demais você pode escorregar na curva". "Brasil já vai muito bem na vacinação", argumentou.

Queiroga afirmou ainda que a perspectiva do Ministério da Saúde é que toda a população com mais de 18 anos seja vacinada com as duas doses até o final de outubro deste ano. Ele destacou ainda o fato de que idosos com mais de 70 anos estão recebendo a dose de reforço.

Quantos países fizeram isso no mundo? São poucos. Então mostra que a estratégia diversificada que o Brasil adotou desde o começo para distribuir vacinas foi acertada".

A vacinação no Brasil, no entanto, teve um começo errático. O governo federal ignorou, ainda em 2020, dezenas de e-mails da Pfizer, que oferecia imunizante para o país. Além disso, Bolsonaro afirmou diversas vezes que o governo federal não compraria a CoronaVac por ser uma vacina feita por um laboratório chinês. No Brasil, o imunizante é produzido pelo Instituto Butantan, o maior produtor de vacinas do país.

Mesmo depois da contratação das vacinas, a imunização começou lenta, uma vez que a quantidade que era feita no Brasil ou importada não era suficiente para suprir a demanda nacional. Hoje, oito meses após o início da vacinação contra a covid-19, menos de 40% da população recebeu as duas doses.

No Reino Unido, primeiro país a começar a vacinação, há nove meses, 81,7% da população já receberam as duas doses.