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MPF pede que Justiça suspenda veto de Mario Frias a passaporte da vacina

O secretário especial da Cultura, Mário Frias - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
O secretário especial da Cultura, Mário Frias Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

13/11/2021 10h35Atualizada em 13/11/2021 11h39

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu ontem (12) à Justiça para tentar derrubar uma portaria editada no último dia 5 pelo secretário especial da Cultura, Mário Frias. A portaria proíbe a exigência de passaporte sanitário em projetos financiados pela Lei Rouanet.

Além de multa, a portaria de Frias prevê reprovação dos projetos culturais que exigem comprovante de vacinação. O texto diz ainda que, nas cidades que exigem o comprovante, os eventos devem ser virtuais.

Na ação civil pública, o MPF pede que os projetos financiados pela lei contenham a exigência da comprovação de vacinação como condição para execução e participação de evento cultural a ser realizado.

Interferência em medidas sanitárias

Para a procuradora Ana Carolina Roman, não cabe a um órgão subordinado ao Ministério do Turismo interferir nas ações de prevenção e controle da covid-19. Essas medidas, afirma, devem ser adotadas pelas Secretarias de Saúde de estados e municípios.

"A norma, além de estar em descompasso com o que se espera dos órgãos públicos no atual cenário epidemiológico, está maculada de outros vícios que impedem a produção de seus efeitos no ordenamento jurídico", afirma.

Para o MPF, o documento de Frias tem como objetivo "interferir nas medidas sanitárias e epidemiológicas estabelecidas pelos gestores locais de saúde pública".

O comprovante de vacinação ou quaisquer formas de 'passaporte sanitário' não são mecanismos para cercear arbitrariamente direitos individuais, mas sim instrumentos de proteção da coletividade e de manutenção da saúde pública."
Ministério Público Federal

Segundo o MPF, os eventos culturais poderão ser retomados "de forma mais intensa, célere, responsável e segura" se houver, por parte dos organizadores e do público, a consciência de que os frequentadores estão com o esquema vacinal completo.

Na ação, o MP pede ainda a abstenção da União de editar novas normas "que possam embaraçar a implementação de restrições sanitárias" em eventos culturais e pede informações técnicas ao Ministério da Saúde sobre a proibição da exigência estabelecida na portaria.