Topo

Esse conteúdo é antigo

Sem provas, Bolsonaro cita 'lobby das vacinas' ao criticar passaporte

"Respeita quem não quer tomar. Por que essa obrigação?", questionou Bolsonaro durante sua live semanal - Reprodução/Facebook
"Respeita quem não quer tomar. Por que essa obrigação?", questionou Bolsonaro durante sua live semanal Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

09/12/2021 20h26Atualizada em 10/12/2021 10h55

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar hoje a exigência de comprovante de vacinação contra a covid-19 e a demissão de funcionários que escolheram não se imunizar, política que tem sido adotada por empresas e órgãos públicos no mundo inteiro. Sem provas, ele disse haver um "lobby das vacinas" e pediu "respeito" àqueles que não querem tomá-las, ainda que isso prejudique o combate à pandemia.

"Vejo alguns políticos... Tem uns sérios, preocupados com a vida do próximo, será? Ou está preocupado, pelo que parece, não tem como comprovar, com o 'lobby das vacinas'?", disse o presidente, durante sua live semanal. "Respeita quem não quer tomar. Por que essa obrigação? Quem acredita na vacina, parabéns. Nós demos vacina a vocês."

Bolsonaro ainda elogiou a ALE-RO (Assembleia Legislativa de Rondônia) por aprovar, no fim de novembro, um projeto que proíbe a obrigatoriedade de apresentação do passaporte da vacina. "Antigamente queriam até criminalizar [quem não se vacinou]. Espero que o governador [Marcos Rocha (PSL)] sancione isso aí", acrescentou.

[Mas] Estou vendo que, em São Paulo, o governador está na iminência de baixar um decreto no tocante de [demitir] quem não tiver comprovante vacinal. Que negócio é esse? E o direito da pessoa de não querer se vacinar? E essas pessoas vão ser condenadas a quê? Vão ser marginais? (...) Fazer um serviço que não está de acordo com sua formação moral? Que medidas são essas?
Jair Bolsonaro, durante live

Mais cedo, o presidente já havia criticado o governador João Doria (PSDB), de São Paulo, por querer exigir comprovante de vacinação contra a covid-19 para entrada no Brasil. Assim como na live, Bolsonaro não citou Doria nominalmente, mas disse que "todos têm que reagir" à sinalização do tucano — agora pré-candidato à Presidência em 2022 e, portanto, seu possível adversário.

"Enquanto outro governador aqui da região Sudeste quer fazer o contrário. E ele ameaça: ninguém vai entrar no meu estado [se não estiver vacinado]. Teu estado é o c..., p...", afirmou, em evento no Palácio do Planalto. "E nós todos temos que reagir. E reagir como? Protestando contra isso. Ah, o povo é soberano... Todo poder emana do povo. Não é bem assim que a banda toca, pessoal." (Assista abaixo)

Anvisa recomenda passaporte

O passaporte da vacina já é adotado em algumas cidades como forma de permitir a reabertura de bares, restaurantes, cinemas e outros estabelecimentos de forma segura. Recentemente, devido à preocupação com a variante ômicron do coronavírus, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também sugeriu que o governo federal exija a vacinação para entrada no Brasil, como já fazem muitos países.

Na terça-feira (7), porém, o governo anunciou a adoção de uma quarentena de cinco dias a viajantes não vacinados — sem, no entanto, explicar como será feito o isolamento dessas pessoas.

"Não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas e, a partir daí, impor restrições", defendeu o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. "Decidimos que o teste RT-PCR seria utilizado [como já é desde o início da pandemia, com 72 horas antes do embarque] e requerer que os indivíduos não vacinados cumpram uma quarentena de cinco dias. Após essa quarentena, eles realizariam um novo teste".

Se esse teste der negativo para covid-19, o viajante é liberado.