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Cidade paulista investiga se internação de criança tem relação com vacina

Vacina da Pfizer já foi aprovada pela Anvisa para aplicação em crianças de 5 a 11 anos - Tânia Rêgo/Agência Brasil
Vacina da Pfizer já foi aprovada pela Anvisa para aplicação em crianças de 5 a 11 anos Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

19/01/2022 21h10

A prefeitura de Lençóis Paulista (SP), a 290 km de São Paulo, chefiada pelo prefeito Anderson Prado (DEM), diz que vai investigar se a internação de uma criança de dez anos, que teve parada cardíaca após receber a dose pediátrica da vacina da Pfizer contra a covid-19, tem relação ou não com o imunizante. Ao UOL, a secretaria estadual de Saúde reforçou a sua confiança nas vacinas e que é "precipitado e irresponsável" associar o caso com a imunização.

Enquanto investiga o ocorrido, o comitê local de enfrentamento à covid-19 determinou a suspensão da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos por sete dias.

De acordo com relato feito pelo pai, e reproduzido pelo município, a criança teria apresentado alterações nos batimentos cardíacos e desmaiado cerca de doze horas depois de receber a dose do imunizante. Ela foi levada à rede de saúde particular para atendimento, onde foi reanimada.

Após ser estabilizada, a criança foi transferida para o Hospital da Unimed, em Botucatu [SP], onde permanece sob observação. Segundo a família, a criança está estável e consciente. Prefeitura de Lençóis Paulista, em nota

No comunicado, o comitê deixa claro "que não existe dúvida sobre a importância da vacinação infantil", mas que diante do episódio "será dado esse prazo para o acompanhamento e monitoramento diário das 46 crianças que foram vacinadas no município". A vacinação em adultos segue normalmente.

Em nota enviada ao UOL, a Secretaria de Estado da Saúde diz que todas as vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância) "são seguras e eficazes", impactando diretamente na redução de casos graves e internações por covid-19.

"O CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) está acompanhando e analisará o caso de Lençóis Paulista. O CVE informa que todos os casos de eventos adversos são analisados por uma comissão de especialistas antes de qualquer confirmação", afirma a secretaria.

"É, portanto, precipitado e irresponsável afirmar que o caso do município está associado a vacinação. Na maioria das vezes, os casos de eventos adversos pós-vacinação são coincidentes, sem qualquer relação causal com o imunizante", conclui, em seguida.

Vacinação infantil contra o coronavírus

A Anvisa aprovou no dia 16 de dezembro o pedido de uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos —o imunizante também é o único autorizado até hoje para uso em adolescentes de 12 a 17 anos.

Segundo entidades nacionais e internacionais e as evidências científicas disponíveis até o momento, os benefícios de vacinar o público infantil superam, de longe, os potenciais riscos.

Essa foi a conclusão da Anvisa, além do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos e a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Eventos adversos, como a dor no braço, no local da aplicação da injeção, foram registrados em alguns países. Algo incômodo que costuma melhorar naturalmente com o passar de alguns dias. Outros efeitos transitórios como vermelhidão e inchaço no braço, cansaço, dor de cabeça, dores musculares e calafrios, também foram registrados.

Leia a nota da prefeitura na íntegra

O Comitê de Enfrentamento à Covid-19, em reunião extraordinária, realizada na tarde desta quarta-feira, 19 de janeiro, determinou a suspensão da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos por sete dias, em livre demanda.

Pais ou responsáveis que desejam vacinar seus filhos antes da retomada da aplicação, devem ligar na Central Saúde para realizar agendamento. A manifestação do Comitê acontece após uma criança de 10 anos sofrer uma parada cardíaca 12 horas após receber a dose pediátrica da vacina Pfizer. Segundo a família, a criança está estável e consciente.

O Comitê deixa claro que não existe dúvida sobre a importância da vacinação infantil, mas diante do ocorrido será dado esse prazo para o acompanhamento e monitoramento diário das 46 crianças lençoenses vacinadas até o momento. Além disso, esse prazo é necessário para aprofundamento sobre o caso de forma específica e envio de relatórios aos órgãos de controle federais e estaduais.

A Secretaria de Saúde está solicitando autorização para acesso ao prontuário médico, uma vez que o atendimento ocorreu na rede privada.

Conforme Nota Oficial expedida anteriormente, na noite de ontem, aproximadamente 12 horas após ser vacinada, uma criança apresentou alterações nos batimentos cardíacos e desmaiou segundo o relato do pai, por isso, foi levada à rede de saúde particular para atendimento profissional, onde foi reanimada. Após ser estabilizada, a criança foi transferida para o Hospital da Unimed, em Botucatu, onde permanece sob observação.

Durante a reunião com o Comitê, a Prefeitura informou aos membros que, através da sua Secretaria de Saúde e da sua Vigilância Epidemiológica, já comunicou à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, através da Vigilância em Saúde e aguarda resposta e instruções dos órgãos responsáveis. A vacinação de adultos segue normalmente na Central de Vacinação e na ESF da Vila Maria Cristina nos horários previamente determinados.