Dezenas de pessoas sob suspeita de ebola nos EUA são liberadas de risco
Dezenas de pessoas ficaram aliviadas nos Estados Unidos nesta segunda-feira (20) ao serem liberadas da suspeita de infecção por ebola, mas 120 indivíduos continuavam em observação por sintomas do vírus, à medida que os EUA intensificaram suas ações de resposta à doença.
Quarenta e três pessoas que tiveram contato com o liberiano Thomas Eric Duncan, a primeira pessoa a ser diagnosticada com o vírus nos EUA, foram liberadas dos dois exames diários a que estavam submetidas após não apresentarem sintomas durante o período de 21 dias de incubação, informou o Departamento de Saúde do Texas.
Entre os liberados estão quatro pessoas que compartilharam um apartamento com Duncan e encontravam-se em quarentena.
O fim do monitoramento de alguns cidadãos pode aliviar a ansiedade causada pelo medo de disseminação da doença nos EUA, embora apenas três pessoas tenham sido diagnosticadas com ebola no país, onde alguns parlamentares chegaram a pedir por uma proibição de viagem a países da África Ocidental.
"Sem dúvida, o dia de hoje é um marco", disse o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, em uma entrevista coletiva.
O pior surto de ebola já registrado matou mais de 4.500 pessoas até o momento, a maior parte em Libéria, Serra Leoa e Guiné.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Nigéria livre do ebola nesta segunda-feira, após 42 dias sem nenhum registro de novo caso, um exemplo de sucesso para os países africanos que combatem o vírus.
Mesmo que as autoridades de saúde tenham liberado alguns do que estavam sendo monitorados pelo ebola, o governo dos EUA se preparou para corrigir erros que abalaram a confiança dos norte-americanos em relação ao sistema de saúde, após a morte de Duncan em 8 de outubro e a infecção de duas enfermeiras que cuidaram dele.
O homem recentemente nomeado pelo presidente Barack Obama para supervisionar a resposta ao vírus, o advogado Ron Klain, vai começar seu trabalho nesta semana para tenha amenizar a ansiedade relacionada ao vírus e articular a coordenação federal com os Estados para combater a doença.
O governo também deve emitir novas diretrizes mais rígidas em breve, ordenando aos funcionários de saúde norte-americanos que cubram completamente os cabelos e a pele ao lidar com pacientes com ebola.
As diretrizes antigas, baseadas em protocolos da OMS, estipulavam o uso de máscaras, mas tolerava certa exposição da pele. O vírus se espalha através do contato direto com sangue e fluídos corporais das pessoas infectadas.
Além disso, os militares dos EUA planejam criar uma equipe de resposta emergencial formada por médicos especializados em doenças infecciosas, enfermeiras e instrutores para atender uma eventual crise de ebola nos EUA. Tal equipe não seria enviada a outros países.
'Risco zero'
"Existe risco zero de que qualquer uma desses pessoas que foram retiradas da lista tenham ebola. Elas estiveram em contato com a pessoa que teve Ebola e expirou o período de tempo para elas contraírem o ebola", disse o juiz do condado de Dallas, Clay Jenkins, em uma coletiva de imprensa.
Jenkins disse que mais um pessoa seria retirada da lista de monitoramento ainda nesta segunda-feira, e outras quatro nos dias seguintes.
A "data mágica" para a liberação de outras 27 pessoas que continuam na lista após terem tido contato direto com Duncan é 7 de novembro, disse Rawlings. "Respiramos um pouco aliviados, mas permanecemos apreensivos até 7 de novembro."
(Reportagem adicional de Colleen Jenkins em Winston-Salem, na Carolina do Norte, Karen Brooks em Austin, Texas, e Susan Heavey e Doina Chiacu em Washington)
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